No próximo dia 22 de fevereiro, faz 500 dias da “fuga legal” do narcotraficante André de Oliveira Macedo, o André do Rap, um dos principais “brokers” da maior facção criminosa do país. Responsável por intermediar o envio de toneladas de cocaína para a Europa e África - o que o colocou na mira de autoridades nacionais e internacionais - , ele está desaparecido desde o dia 10 de outubro de 2020, quando saiu pela porta da frente do presídio com um alvará de soltura na mão, após decisão do então ministro Marco Aurélio Mello do Supremo Tribunal Federal (STF). Foi ele sair pela porta para ter início uma busca que envolve uma força-tarefa com mais de 600 homens, que fazem uma caçada por mais de 20 endereços no Brasil, Paraguai e na Bolívia. O nome de André do Rap foi parar na lista de procurados da Interpol, do Ministério da Justiça e da Polícia Civil de São Paulo. Por enquanto, não há sinal dele. Em janeiro deste ano, André Macedo foi indiciado por 10 atos de lavagem de dinheiro. Os bens que teria amealhado dão a dimensão dos bons ventos que sopraram sobre seus negócios. A Polícia Civil de São Paulo o acusa de ocultar cerca de R$ 30 milhões na compra de duas lanchas, um helicóptero, quatro jet skis, um Porsche e duas mansões em Angra dos Reis (RJ). Em três anos de investigação, os policiais rastrearam os laranjas que o ajudaram - a lancha de 60 pés que ele teria usado para curtir o mar caribenho de Angra estava no nome de um homem, cujo único patrimônio era a embarcação de 60 pés, de R$ 6 milhões, e uma moto CG, de R$ 7 mil. Lucros para André do Rap, prejuízos para o país. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo estima que a operação de captura já consumiu R$ 8 milhões, entre despesas com o deslocamento de equipes, diárias e equipamentos. A Justiça já autorizou o uso do helicóptero pela Polícia Civil, mas o resto dos bens está parado, gerando gastos com manutenção.
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