Goiânia (GO) - Depois de um surto de infecção por coronavírus nos colaboradores e empresários das Centrais de Abastecimento de Goiás (Ceasa), em Goiânia, a presidência do órgão decidiu adotar medidas mais severas para mapear os infectados a fim de conter a disseminação do novo vírus. Até segunda-feira (8/9), a Vigilância Sanitária estadual contabilizou 29 trabalhadores contaminados e uma morte por causa da Covid-19. O presidente da Ceasa, Rogério Martins, saiu de uma reunião com os empresários, na manhã desta segunda-feira, com novas regras para serem implementadas. Elas compõem um plano de enfrentamento ao vírus, que ainda está em fase final de redação. Entre as medidas anunciadas por Martins estão o fechamento total da Ceasa às quartas-feiras e aos sábados para desinfecção das áreas comuns e dos boxes individuais dos empresários e a testagem em massa de todos os colaboradores cadastrados no órgão. "Os próprios empresários vão pagar os custos destes testes. Então, vamos fazer uma espécie de licença específica para funcionamento durante o período de pandemia e impedir a entrada de todas as pessoas que não estiverem com o atestado negativo de coronavírus", explicou Martins. O presidente da Ceasa pondera que mais casos confirmados podem surgir no decorrer da semana porque os funcionários ainda não foram todos testados. Mas a própria presidência já teria iniciado o processo de triagem em todos os boxes com aferimento de temperatura corporal, inclusive, dos compradores que entram no estabelecimento. A Ceasa afirmou que colocou, ato todo, mais de 35 ações de combate ao coronavírus, como a instalação de pias, distribuição de máscaras de proteção facial e sabonetes. Além disso, uma equipe faz a desinfecção com hipoclorito de sódio em todas as áreas durante a semana.
Empresa tem 12 funcionários infectados
A empresária Ludmila Pinheiro Bezerra aplicou testes em seus 15 funcionários. Até o momento, 12 tiveram resultado positivo para a presença do vírus no corpo, dois testaram negativo e um aguarda resultado. Desde que foi diagnosticada com Covid-19, há 12 dias, a empresária está em isolamento domiciliar com o marido. Ela diz que a empresa é familiar e o pai dela está internado em Goiânia com a doença associada a uma pneumonia. "Tenho primos, tios, amigos na empresa. Me emociono em falar sobre a doença porque tenho pessoas que amo na família que estão infectadas. Tem outras empresas que têm funcionários contaminados, com exames positivos, mas que não querem divulgar porque têm medo de as atividades serem suspensas", afirma Ludmila. Para a empresária, é possível ter uma visão geral do que acontece dentro da Ceasa analisando apenas os casos confirmados em sua empresa e comparando com a quantidade de pessoas que passam no local todos os dias, que estão entre 12 e 15 mil, segundo Ludmila.
Nota da Ceasa
A Diretoria Executiva, concessionários e produtores das Centrais de Abastecimento de Goiás (Ceasa Goiás), juntamente com o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, se reuniram nesta segunda-feira, 8 de junho, com o intuito de buscar soluções para sanar os riscos de contaminação com o novo coronavírus (Covid-19) para quem trabalha e/ou frequenta a Ceasa Goiás. Com base nas discussões e diagnóstico da situação no local, foi elaborado um Plano de Emergência contra a Covid-19, com foco em priorizar a segurança de todos. Entre as definições estão redução do fluxo interno de pessoas, maior rigor na triagem e testagem de 100% dos profissionais que trabalham na Ceasa Goiás. O plano será divulgado nesta terça-feira, 9 de junho, com detalhamento das ações a serem implementadas. O funcionamento da Ceasa Goiás é essencial para o abastecimento da população. Por isso, medidas serão tomadas para garantir a segurança de todos que trabalham e frequentam o local.
Fontes: G1 GO / www.poptvnews.com.br
