Aparecida de Goiânia (GO) - O desaparecimento do garoto Murilo Soares completa 16 anos na quinta-feira (22/4). O menino tinha 12 anos quando foi visto pela última vez, durante uma abordagem da Polícia Militar em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, em 22 de abril de 2005. O caso não teve desfecho. Maria das Graças Soares contou que ainda sofre todos os dias por não saber o que aconteceu com o filho. “Eu não vivo, eu vegeto [...]. É muito injusto eu ter uma certidão de óbito na minha mão e não ter a ossada do meu filho, não saber onde ele está. Ele tinha 12 anos, não merecia isso. Ele tinha sonhos. Eu estou cansada”, desabafou, aos prantos. A Polícia Civil informou que o inquérito do caso foi concluído e remetido ao Judiciário. O Ministério Público de Goiás (MP-GO) afirmou, por meio de nota, que "na absolvição dos policiais, o Poder Judiciário entendeu não ter sido comprovada a materialidade dos homicídios em razão de os corpos não terem sido encontrados". Ainda de acordo com o comunicado, não é possível reabrir uma investigação sem novos elementos. O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) disse que não há processo sobre o caso. O G1 entrou em contato com a Polícia Militar, por e-mail enviado no início da tarde desta quinta-feira (22), e aguarda retorno sobre o caso.
Desaparecimento
O garoto de 12 anos sumiu após uma abordagem policial na Rua Tapajós, na Vila Brasília, em Aparecida de Goiânia. As investigações apontaram que Murilo estava de carona com o servente de pedreiro Paulo Sérgio Pereira Rodrigues, que na época tinha 21 anos. Segundo a família do adolescente, o motorista tinha uma passagem por homicídio e era perseguido por PMs. Ainda de acordo com o que foi apurado até então, Paulo era amigo da família de Murilo e estava dirigindo o carro do pai do garoto, um VW Palio azul claro. Segundo a família, os dois saíram para buscar um cabo de bateria na casa de um conhecido, mas nunca chegaram ao destino. As investigações apontaram ainda que eles foram vistos pela última vez por testemunhas que presenciaram dois veículos da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam), a tropa de elite da Polícia Militar, interceptando o carro em que o garoto e jovem estavam. Consta nos registros policiais que as viaturas estavam fora da área de atuação, mas pararam o carro, revistaram Paulo Sérgio e entraram com o jovem e Murilo no veículo, seguindo para algum lugar, até hoje desconhecido. Um dos policiais teria se sentado no banco traseiro, de acordo com os relatos das testemunhas. Depois disso, não há registros do que aconteceu. O carro em que eles estavam foi encontrado em chamas, no dia seguinte, no setor Alto do Vale, em Goiânia. O veículo estava sem as rodas e equipamentos de som, além de totalmente queimado. Não havia sinais de corpos. A perícia comprovou que o incêndio foi criminoso.
Fontes: G1 Goiás / www.poptvnews.com.br