Goiânia (GO) - Vídeos mostram quando o advogado Orcelio Ferreira Silverio Junior, de 32 anos, leva uma série de socos de um policial militar enquanto era segurado por outros agentes, na quarta-feira (21/7), em uma calçada de Goiânia. Ele ainda levou um tapa no rosto e foi arrastado. Em nota, a Polícia Militar disse que instaurou um Procedimento Administrativo Disciplinar para apurar os fatos e determinou o afastamento das atividades operacionais, do policial envolvido na abordagem. A corporação informou ainda que não compactua com qualquer tipo de excesso e que o caso está sendo apurado com o devido rigor. Os agentes do Grupamento de Intervenção Rápida Ostensiva (Giro) que aparecem nas imagens disseram, segundo o boletim de ocorrências, que tiveram de conter o advogado porque ele desobedeceu a corporação durante uma abordagem a um morador de rua, desferiu chutes e mordeu o dedo de um policial. O caso aconteceu no camelódromo em frente ao Terminal Praça da Bíblia, na Avenida Anhanguera, no Setor Leste Universitário, no final da manhã desta quarta-feira. Um dos vídeos feitos por testemunhas mostra que o advogado, mesmo deitado ao chão, leva um tapa no rosto de um militar e, em seguida, é arrastado pela calçada. Depois, o policial fica com o pescoço dele entre as pernas. O vídeo registra que testemunhas gritavam durante a abordagem por estarem inconformadas com a cena. Em uma das gravações é possível ouvir que um dos policiais pede a uma mulher que pare de filmar. “Não se pode fazer isso, meu Deus. Filma gente, isso é errado”, diz uma mulher. De acordo com a advogada Gislane Batista De Carvalho, plantonista de prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil de Goiás (OAB-GO), a confusão começou após a PM abordar uma terceira pessoa e o advogado se identificar para os policiais na tentativa de defender o suspeito. "Ele não foi para o hospital, mas está muito machucado", disse a advogada.
Relato dos policiais
A equipe do Giro que fez a abordagem disse no boletim de ocorrências que foi acionada para atender a uma ocorrência em que um morador de rua estava "ameaçando e coagindo" condutores de veículos estacionados na Avenida Anhanguera para pagar uma quantia em dinheiro. Conforme o documento, a corporação deslocou-se ao local e identificou o suspeito. Segundo a equipe, durante esta abordagem, o advogado se aproximou com o celular em mãos filmando a ação. Consta que, ao ser questionando pelo motivo da filmagem, o advogado respondeu estar a trabalho, sem dizer sua qualificação ou função ou o porquê de “estar invadindo o perímetro de segurança da abordagem policial”.