Um ataque ao acampamento do Movimento Sem Terra (MST), Clodomir Santos de Morais, deixou casas, pertences e plantações destruídas em Ipueiras, na região centro-sul do Tocantins. O crime aconteceu no último sábado (1º/10), véspera das eleições, mas a informação só foi divulgada na quinta (6/10) pelo MST nacional. O fogo, além de destruir as plantações dos agricultores, também danificou parte da vegetação nativa. Esta é a segunda vez que o acampamento sofre com ataques de incêndio em menos de um mês, o mais recente ocorreu na madrugada, dia 21 de setembro deste ano. As famílias, ao perceberem o fogo, se mobilizaram e conseguiram controlar as chamas, evitando mais estragos. Elas acreditam que os criminosos acessaram o local por meio de um lago. O MST entende que os fatores que motivam estas ações estão relacionadas ao histórico de criminalização contra os movimentos sociais, a conjuntura política existente atualmente no país e o enfrentamento que os Sem Terra vem travando contra os grileiros de terra que querem a todo custo, expulsar as famílias da área. A área encontra-se em conflitos e tramita um processo na esfera judicial desde 2014, segundo o MST. “Sobre o ataque, exigimos que as autoridades tomem as devidas providências, encontrem os elementos causadores dessa tragédia e que a justiça seja feita. Pois, queremos apenas trabalhar, produzir e viver em paz na terra, lutando para ter acesso a todos os direitos básicos que a nossa Constituição Federal nos garante”, afirmam os Sem Terra do acampamento. A Polícia Militar informou que não foi acionada para esta situação. Sendo assim, não há registro por parte da PM. A imprensa procurou a Secretaria de Segurança Pública (SSP) para saber quais providências estão sendo tomadas, mas a pasta disse que até a tarde desta sexta-feira (7/10) o caso não tinha sido registrado em uma delegacia da Polícia Civil.