A Polícia Civil divulgou um vídeo que mostra o suspeito Janildo da Silva Magalhães fazendo um percurso de bicicleta com a adolescente Amélia Vitória, de 14 anos, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. As investigações afirmam que a menina saiu de casa para buscar a irmã na escola, mas foi raptada, estuprada e morta pelo homem. Ele foi indiciado por homicídio qualificado e estupro de vulnerável. O g1 não localizou a defesa de Janildo para se manifestar até a última atualização desta reportagem. Segundo a polícia, ele foi preso de forma preventiva na noite de segunda-feira (4/12). Amélia Vitória saiu de casa no dia 30 de novembro para buscar a irmã caçula na escola, no Residencial Astória. A família contou que só percebeu que a adolescente sumiu após a escola ligar e dizer que ninguém havia aparecido para buscar a irmã dela. Neste dia, a bicicleta de Amélia havia estragado e, por isso, ela foi andando. Além disso, não levou o celular por causa da chuva. Câmeras de seguranças mostram a adolescente caminhando pelas ruas antes de desaparecer. O último vídeo em que ela aparece sozinha indica que ela estava há cerca de 10 minutos do colégio. As investigações indicam que, durante o percurso, Amélia foi abordada por Janildo e ameaçada por ele com uma faca.
O suspeito levou a menina para uma região de mata, onde a abusou sexualmente pela primeira vez. Na sequência, a obrigou a se sentar no cano da bicicleta dele e fez um percurso de aproximadamente 6km com ela, até chegar em uma casa abandonada, que ele usava como esconderijo para usar drogas e colocar objetos roubados. “Nas imagens dá para ver quando, durante o percurso, ele obriga a vítima a empurrar a bicicleta para ele. A vítima obedeceu, mas dá para ver que ela estava paralisada pelo medo. Ela não conseguia pedir socorro”, afirma o delegado Eduardo Rodovalho. No imóvel abandonado, Janildo teria continuado estuprando Amélia durante toda a noite, até decidir matar a estudante por meio de asfixia. Durante a perícia, foram encontrados diversos vestígios de abuso sexual, como peças íntimas, sangue e fios de cabelo da menina. Suspeita-se também que a asfixia contra ela tenha sido praticada com um golpe mata-leão ou com o auxílio de um lençol.
Descoberta da autoria
Segundo a polícia, a comoção da própria família com a morte de Amélia, fez com que Janildo decidisse retornar ao imóvel para abandonar o corpo da menina em um local de fácil localização. Perícia indica que ele envolveu o corpo da adolescente no lençol e o arrastou até a rua, para que fosse encontrado. Na tarde de sábado (2/12), dois dias após o desaparecimento de Amélia, moradores encontraram o corpo abandonado, no bairro Parque Hayala, e chamaram a polícia. O pai da adolescente reconheceu a calça que a filha vestia, mas a confirmação da identidade aconteceu horas depois por meio da impressão digital Durante os exames no corpo, a perícia também confirmou que a adolescente foi vítima de estupro. Com o material genético encontrado no corpo de Amélia, a polícia chegou até Janildo, que tinha DNA cadastrado no Banco Nacional de Perfis Genéticos por já responder na Justiça por um crime de estupro em 2017, praticado em Rio Verde. Um pedreiro de 47 anos, que havia sido preso preventivamente como suspeito do crime, teve sua participação descartada pela polícia. Segundo o delegado Eduardo Rodovalho, não há indícios de que os crimes contra Amélia tenham tido outro envolvido além de Janildo.
Histórico violento
Segundo a polícia, Janildo tem 38 anos, era aposentado por invalidez e possui uma série de antecedentes por crimes sexuais, furtos, roubos, tráfico de drogas e até homicídio. Com a prisão dele, o delegado não descarta a possibilidade de que novas vítimas apareçam. Durante entrevista coletiva nesta terça-feira (05/12), os delegados Eduardo Rodovalho e André Botesini afirmam que a principal hipótese é que Janildo tenha saído de casa no dia do crime para praticar furtos, mas acabou encontrando Amélia pelo caminho e decidiu raptá-la, já com o intuito de estuprá-la.
Homenagens à Amélia
A Escola Municipal Sebastiana Lourenço Camilo, onde Amélia estudava, suspendeu as aulas na segunda-feira (4/12). A informação foi confirmada pela diretora da instituição de ensino, Raimunda Queiroz. "A gente não vai abrir a escola para os alunos, porque a gente entende que eles estão todos emocionados com isso. A gente vai abrir para os funcionários, mas não para os alunos", disse a diretora. Na terça-feira (5/12) também foi realizada uma oração com todos os alunos na quadra da escola, depois, uma passeata para a Cidade Administrativa de Aparecida de Goiânia.