Palmas (TO) - A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que 10 indígenas do Tocantins foram diagnosticados com o novo coronavírus desde o início da pandemia. Para evitar que a Covid-19 chegue às aldeias algumas medidas de prevenção foram tomadas, como restrição nas entradas das comunidades. O Tocantins já tem mais de 7,7 mil casos e 152 mortes em decorrência da doença. Os casos entre indígenas estão localizados nas cidades de Araguaína, Lagoa da Confusão, Maurilândia do Tocantins, Sampaio e São Miguel do Tocantins. De acordo com a SES, os casos de indígenas positivos para Covid-19 são acompanhados pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI). A pasta não informou as cidades onde os pacientes moram e disse, em nota, que "não repassa informações sobre paciente internados nas Unidades Hospitalares do Estado". A Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que tem reforçado as ações de prevenção ao contágio da covid-19 entre a população indígena no estado do Tocantins. O estado tem vários casos confirmados em municípios onde há aldeias indígenas. Tocantínia, por exemplo, já registrou três casos. O último diagnóstico foi após teste realizado na quarta-feira (17/6) e o caso já aparece no boletim epidemiológico divulgado pela SES. O paciente é um homem. Já Tocantinópolis, que fica na região norte do estado, é a quarta cidade com mais registros da doença. São 215 diagnósticos além de quatro mortes. Para prevenir o contágio da Covid-19 nas aldeias da cidade a Prefeitura criou um centro de triagem para atender indígenas com suspeita da doença. O ponto de apoio foi instalado em uma unidade escolar infantil. Os indígenas que apresentarem sintomas de coronavírus devem procurar o espaço, que conta com equipes de profissionais especializados da Saúde Municipal e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). Com medo da disseminação do coronavírus, várias iniciativas foram tomadas. Grupos bloquearam entradas de comunidades e montaram uma guarita entre os municípios de Itacajá e Goiatins. Os povos de Tocantínia também restringiram o acesso às aldeias para evitar a disseminação do novo coronavírus. Já os indígenas Krahô da aldeia Manoel Alves, na região norte do estado, decidiram suspender todas festas que tradicionalmente são realizadas por eles. A decisão também foi adotada por outras aldeias.
Nota da Funai na íntegra
A Fundação Nacional do Índio (Funai) informa que tem reforçado as ações de prevenção ao contágio da covid-19 entre a população indígena no estado do Tocantins. O trabalho é realizado em conjunto com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), órgão do Ministério da Saúde responsável pela promoção da saúde indígena em todo o país, e órgãos locais. Desde o início da pandemia, a Fundação já liberou quase R$ 800 mil para ações de proteção às comunidades indígenas da região. A Funai atua no Estado por meio da Coordenação Regional do Araguaia Tocantins e das Coordenações Técnicas Locais de Tocantinópolis, Itacajá, Araguaína, Tocantínia, Carolina, São Félix do Araguaia, Gurupi e Santa Terezinha. A atuação destas unidades descentralizadas tem sido no sentido de promover a permanência dos indígenas nas aldeias durante a pandemia de covid-19. Para isso, vêm trabalhando, entre outros, para garantir a segurança alimentar das comunidades em situação de vulnerabilidade social. A Funai já entregou a famílias indígenas no Tocantins mais de 9 mil cestas de alimentos, adquiridas com recursos próprios ou provenientes de doações. Aproximadamente 4.000 cestas básicas, obtidas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) com recursos do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), serão distribuídas nos próximos dias, contemplando as etnias Apinaje, Awa, Kanela do Tocantins, Krahô, Krahô Kanela e Xerente. As equipes da Funai vêm acompanhando de perto as comunidades indígenas, atuando também na orientação e difusão de informações aos indígenas, principalmente sobre a importância do isolamento social neste momento de emergência de saúde pública. Outras ações têm sido desenvolvidas, tais como transporte de indígenas e apoio no bloqueio de entradas das aldeias, adotando medidas sanitárias orientadas pelos órgãos de saúde, a fim de que as atividades ocorram de maneira segura. Ainda como medida preventiva, a Funai enviou Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) aos servidores das unidades descentralizadas do órgão que seguem em contato com as aldeias, o que inclui máscaras, luvas, toucas e óculos de proteção, além de testes rápidos. A Funai também participa da Operação Verde Brasil 2, deflagrada pelo governo federal para executar ações preventivas e repressivas contra delitos ambientais na Amazônia Legal.
Fontes: G1 Tocantins / www.poptvnews.com.br