Em meio à crise da segurança pública na Bahia, o Governo de Goiás prestou assistência e compartilhou com o serviço de inteligência baiano as experiências de êxito adotadas no estado, considerado referência nacional no combate à criminalidade. Entre os dias 3 e 5 de outubro, a Superintendência de Inteligência Integrada de Goiás recebeu, em Goiânia, uma comitiva de servidores da Bahia, que conheceu os sistemas de integração entre as forças de segurança e o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia - grande Goiânia. Durante a visita, foi apresentado o Sistema de Inteligência de Segurança Pública do Estado de Goiás (SISP), demonstrando a eficiência tecnológica e os avanços alcançados na coordenação e comunicação entre as corporações. Os integrantes da Superintendência de Inteligência do Estado da Bahia conheceram as estruturas de produção de conhecimento, apoio técnico, capacitação, apoio logístico e equipamentos de defesa das polícias. O governador de Goiás Ronaldo Caiado tem ressaltado como a realidade da segurança em Goiás, hoje, é diferente em relação a outras regiões do país. “Nossas polícias estão integradas e têm tecnologia, informação e formação de policiais preparados para enfrentar a realidade do crime que, hoje, intimida o Brasil, mas não Goiás”, salientou o chefe do Executivo goiano durante passagem pela Escola Superior da Polícia Civil, em Goiânia, na última quarta-feira (04/10). Os servidores da Bahia também visitaram o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Além de conhecer o trabalho da Polícia Penal nas unidades prisionais, a comitiva visitou as alas reformadas da Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG) e as instalações do Núcleo Especial de Custódia e da Seção Industrial. Os gestores de Goiás explicaram que, em 2022, a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) manteve a estratégia de identificar e isolar as lideranças do sistema penal, fundamental ao combate às facções criminosas.
Referência
Até agosto de 2023, em comparação com o mesmo período do ano passado, Goiás contabilizou queda em todas as 16 modalidades criminosas registradas pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). A redução mais acentuada em relação a 2022 é de latrocínio (74%). O número de homicídios registrou nova queda neste ano, agora de 16%. Além disso, 115 cidades goianas não registraram nenhum homicídio em 2023. Entre os maiores desafios da segurança pública no Brasil, a violência contra a mulher também diminuiu em Goiás, com queda de 6% dos estupros e 5% nos casos de feminicídios. Todas as modalidades de roubo e furto caíram ao menos 20% e, desde 2018, o estado não registra assalto a banco. Quando comparado a 2018, a redução é ainda maior, com destaque para roubo de veículo, que caiu 91% nos últimos cinco anos, e roubo a propriedade rural, como redução de 83%. O número absoluto de homicídios no estado despencou de 2.116, até agosto de 2018, para 663 até o mesmo período deste ano. "Essa visita mostra o respeito que nós temos pelas outras forças de segurança, mostra a integração e todo o valor que nós damos à Superintendência (de Inteligência Integrada). É um trabalho artesanal, feito todo dia, para que a gente possa dar os resultados usando a inteligência", explicou o secretário de Segurança Pública, coronel Renato Brum. "Mostramos aqui o nosso trabalho na SSP. Nós reativamos o Sistema de Inteligência de Segurança Pública, que antes estava parado. Estamos também ampliando as parcerias para participação de outros órgãos no SISP, como o Ministério Público e Tribunal de Justiça, por exemplo. Fora os convênios com Polícia Federal, que vão facilitar o acesso a todo o histórico e movimentação de presos", afirmou o Superintendente de Inteligência Integrada, Marco Antônio de Castro Guimarães. O grupo de servidores visitantes foi composto pelo Superintendente de Inteligência, Superintendente de Telecomunicações, Coordenador de Sistemas da Superintendência de Telecomunicações, Coordenador de Projetos e Processos, além do Coordenador de Inteligência Cibernética. O estado da Bahia vive uma crise na segurança pública. O estado concentra o maior número de mortes violentas no país desde 2019. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 1.289 pessoas morreram em casos de feminicídios, homicídios dolosos, latrocínios ou lesões corporais seguidas de morte somente no primeiro trimestre de 2023.