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Saúde

Santa Casa de Misericórdia de Goiânia (GO) suspende cirurgias de marca-passo

Enquanto isso, paciente que aguardava troca do marca-passo fica angustiado

Foto: TV Anhanguera/Reprodução
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Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, em Goiás

17 junho, 2022

A Santa Casa de Misericórdia de Goiânia (GO) suspendeu cirurgias de marca-passo e outros procedimentos cardíacos após uma redução de repasse do Ministério da Saúde (MS). Com isso, familiares de pessoas que aguardam o procedimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) estão angustiados. Um deles é o trabalhador rural Geraldo Menezes de Oliveira, de 65 anos, que aguarda para trocar o equipamento. “Nós estamos desesperados com essa atitude de desrespeito. O meu pai já tem mais de dez anos que está com esse marca-passo. Ele está descarregado, é uma cirurgia de extrema urgência, porque a vida dele depende disso”, disse a filha de Geraldo, Tatielle Menezes. O implante de marca-passo foi suspenso na Santa Casa no dia 1º de junho. A situação aconteceu após o MS publicar no Diário Oficial, em 17 de dezembro de 2021, uma portaria que altera a tabela de materiais do SUS. Nesse documento, é possível identificar que o MS deixou de repassar para Goiás mais de R$ 13,5 milhões para a realização de procedimentos médicos. Superintendente técnico da Santa Casa, Cláudio Tavares explicou que a portaria do MS reduziu os valores dispensados para produtos cardiovasculares vitais, como marca-passos. Para este tipo de equipamento, o valor foi reduzido em até 64%. “Em um tipo de marca-passo, essa alteração foi em torno de 64%. Já no outro tipo foi de 46%. Com essa redução, o fornecedor alegou inviabilidade de entrega do material. Em relação às cirurgias de marca-passo, infelizmente, estão suspensas devido a essa redução”, disse. O superintendente explicou ainda que os marca-passos são equipamentos difíceis de serem encontrados no mercado e há poucos fornecedores no Brasil, o que aumenta a dificuldade para a realização dos procedimentos. “São poucos fornecedores a nível nacional, geralmente, são indústrias multinacionais e, nesse momento, o que temos de informação é que há uma negociação a nível federal. Não identificamos no mercado outro fornecedor que atenda a nova tabela do MS e, infelizmente, a gente fica esperando alguma solução a nível federal”, explicou.

Espera

O trabalhador rural Geraldo Menezes de Oliveira, de 65 anos, estava com o procedimento para a troca do marca-passo autorizado pela Central de Regulação desde maio, aguardando apenas uma data para ser feita na Santa Casa de Misericórdia de Goiânia. No entanto, após isso, a família foi notificada que a cirurgia foi suspensa após uma portaria do MS deixar de repassar mais de R$ 13 milhões para a realização de procedimentos médicos, em Goiás. No documento, é possível ver o valor disponibilizado pelo Governo Federal pra o implante do marca-passo: R$ 2.925,34 pela cirurgia - valor que, segundo o hospital, não cobre nem a metade do custo para realizar o procedimento médico. O idoso, que é morador de Avelinópolis, no centro de Goiás, trabalha na zona rural cuidando dos bichos, dos pastos e plantações. Há 11 anos, quando ele descobriu que tinha doença de Chagas, passou por uma série de exames e precisou implantar um marca-passo para regular os batimentos cardíacos. Desde então, o trabalhador rural estava bem, mas, há alguns meses, começou a passar mal porque chegou o momento de trocar o equipamento. Segundo a filha dele, Tatielle Menezes, o pai não consegue andar sem sentir falta de ar e fadiga, e tem medo de morrer. “Meu pai tem muito medo de morrer, porque ele sabe dos riscos que corre. Cada vez que ele sente mal, mais ele fica desesperado e com medo de não aguentar, porque o coração dele e a vida dele dependem dessa cirurgia", desabafou a filha Tatielle Menezes. Com a saúde afetada, o idoso se desespera ao mesmo tempo que se preocupa com a família e os deveres do dia a dia na roça. Tatielle conta que, após terem a notícia da suspensão da cirurgia pelo SUS, a família está desesperada. Sobre o caso do seo Geraldo, a Secretaria Estadual De Saúde disse que o paciente já está regulado para a cirurgia na Santa Casa e que não há nenhum pedido de Avelinópolis nem de Aparecida para a Secretaria Estadual em nome do paciente. A Secretaria Estadual orientou que Goiânia certifique a informação que o procedimento está suspenso e quais ações serão tomadas a partir daí. A Secretaria de Saúde de Goiás disse que não foi comunicada, até o momento, sobre a suspensão das cirurgias de marca-passo na Santa Casa. A TV Anhanguera entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Goiânia, que informou que o procedimento está autorizado para o seu Geraldo, e que a Santa Casa é a unidade refenciada para isso e tem que realizar o procedimento.