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Novembro de 2024
Estado

Desafio

Projeto goiano é escolhido para representar Brasil em evento nos EUA

Estudante da UFG Gustavo Henrique Rocha e a equipe dele estão entre os dez escolhidos entre 3 mil projetos de 140 países

Foto: Arquivo pessoal/Gustavo Henrique Rocha
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Projeto goiano é escolhido para representar Brasil em evento nos EUA com resíduo de cacau que pode ser usado como adoçante

07 setembro, 2022

O engenheiro químico e mestrando da área de alimentos da Universidade Federal de Goiás (UFG) Gustavo Henrique Rocha, de 24 anos, que criou um chocolate sem gordura, vai representar o Brasil em um evento nos Estados Unidos. O grupo liderado por ele apresentou uma ideia de uso de resíduo de cacau, que pode ser usado até como adoçante. Eles estão entre os dez selecionados para participar de um desafio que busca soluções criativas para alimentar 10 bilhões de pessoas de forma sustentável até 2050.“Eles selecionam dez equipes do mundo todo para capacitarem, impulsionarem, para promover um impacto na alimentação. Ficamos muito felizes e realizados pelo reconhecimento”, disse o engenheiro químico. "Eu estou tão nervoso", falou Gustavo quando ficou sabendo que foi selecionado. Gustavo é o líder do projeto “Elixir Foods”, que é composto por alunos e ex-alunos da UFG. Além dele, também integram o time a publicitária Radharani Claro, a estudante de farmácia Ana Santos, a estudante de Engenharia de Software Joyce Beatriz e a jornalista Namie Yoshioka. Eles desenvolvem um estudo sobre o resíduo do cacau, que eles descobriram durante uma viagem para a Bahia. Lá, eles descobriram que o produto era descartado e, desde então, buscam formas de transformá-lo em um alimento nutritivo que promova sustentabilidade. Entre as possibilidades, está a chance de usá-lo como adoçante, já que ele tem um potencial nutritivo e açucarado. “Quando eles produzem o cacau gera esse resíduo, que é descartado muitas vezes. Ele é mal aproveitado, ele é instável, fermenta rápido, então, o nosso objetivo é criar formas para estabilizar e transformar o resíduo em um tipo de alimento. Dá para fazer alimentos de confeitaria, como adoçante, porque ele é rico em açúcar”, contou. O time goiano vai participar do Desafio Thought For Food, que é apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e busca soluções criativas em relação a tecnologia agroalimentar do mundo. O objetivo do projeto é “criar, capacitar e apoiar as novas gerações para resolver o desafio mais urgente do planeta: Como alimentar de forma sustentável 10 bilhões de pessoas até 2050?”. O primeiro encontro presencial do desafio acontecerá entre os dias 27 de setembro ao dia 1º de outubro, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Gustavo explica que essa viagem será para que os estudantes recebam as primeiras orientações sobre o projeto. Depois disso, em dezembro, Gustavo deve voltar até Nova Iorque para apresentar, de fato, o projeto do resíduo de cacau. Ao final da apresentação, serão selecionados os melhores projetos e o grupo vencedor poderá ser apoiado com até 30 mil dólares, além de outros prêmios.

Resíduo de cacau
Gustavo contou que visitou a Bahia para conhecer a produção de chocolate e buscar parceiros. Nessa viagem, ele encontrou o resíduo do cacau, que era descartado. Desde então, ele estuda uma forma de transformá-lo em um alimento nutritivo para promover sustentabilidade na cadeia de produção do cacau. A partir disso, ele e o grupo criaram a empresa encubada “Elixir Foods”, que tem por missão promover a estabilização destes resíduos junto aos agricultores de cacau e transportá-los para uma unidade de transformação e criando um novo alimento seguro para as pessoas. Depois disso, eles inscreveram a ideia no Desafio Thought For Food e receberam, na terça-feira (6/9), a confirmação de que o projeto ficou entre os dez selecionados entre mais de 3 mil projetos de 140 países diferentes para participar do desafio. Como Gustavo é o líder do projeto, a passagem dele será bancada pela organização do desafio. Porém, a equipe deseja que outros integrante da equipe também possam ir junto com ele, por isso, eles estão fazendo uma vaquinha na internet para conseguir comprar as passagens.

Chocolate sem gordura
Gustavo já tinha se destacado, em 2020, quando desenvolveu um tipo de chocolate sem gordura e com baixas calorias. O produto é feito com cacau e maçã e não contém açúcar, glúten e lactose. Segundo o jovem, uma colher do produto contém 39 calorias, enquanto a mesma quantidade de um chocolate tradicional tem cerca de 100 calorias a mais. Por meio de um projeto de incubadoras da UFG, Gustavo desenvolveu a startup chamada "Nutricandies", com colaboração da equipe da universidade. Após cerca de dois anos, Gustavo diz que o projeto do chocolate sem gordura continua a todo vapor. "Este atual projeto [do resíduo de cacau] é uma extensão da nossa atuação", contou.