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Saúde

Primeiras cirurgias cardíacas pediátricas congênitas são realizadas no Tocantins

No dia 27 de setembro foram realizadas em Araguaína (TO), no Hospital Dr. Eduardo Medrado, dois procedimentos cirúrgicos em crianças

Foto: Nielcem Fernandes/Governo do Tocantins
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Tocantins entra para o seleto grupo de estados com serviços de cirurgias cardíacas pediátricas congênitas

01 outubro, 2019

Laiany Alves/Governo do Tocantins
 

Palmas (TO) - Tocantins entra para o seleto grupo de estados com serviços de cirurgias cardíacas pediátricas congênitas, procedimento de alta complexidade que irá atender a demanda reprimida de pacientes que estavam sendo encaminhados para outros estados. No dia 27 de setembro foram realizadas em Araguaína, no Hospital Dr. Eduardo Medrado, dois procedimentos cirúrgicos em crianças de dois e quatros anos que aguardavam na Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC). As cirurgias foram um sucesso e ambas crianças passam bem, sendo acompanhadas pela equipe multiprofissional do Hospital. Os procedimentos foram possíveis após união de esforços do Governo do Estado por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com o Ministério da Saúde, a secretaria Municipal de Saúde de Araguaína e o Hospital de Araguaína Dr. Eduardo Medrado. As primeiras cirurgias cardíacas pediátricas realizadas no Tocantins, até então inéditas dentro do Sistema Único de Saúde do Estado, figuram como marco histórico devido à grande demanda de pacientes que necessitam desse tipo de atendimento. Segundo o secretário de Estado da Saúde, Dr. Edgar Tollini “a partir de agora as cirurgias cardíacas pediátricas passam a ser realizadas em território tocantinense, sem a necessidade de deslocamentos para outros estados. Esse atendimento no domicílio proporciona aos pacientes e seus acompanhantes uma melhora significativa na qualidade do serviço prestado, além da redução de gastos com a realização das cirurgias dentro do Estado”, ressalta. De 2016 a 2018, o Estado do Tocantins gastou cerca de dez milhões de reais com transferência de pacientes para outros Estados em busca de tratamento cirúrgico cardíaco, este total foi gasto com a transferência de apenas 52 crianças que buscaram o atendimento via judicial. Se contabilizados os pacientes regulados pela CNRAC, este gasto é muito maior, pois no mesmo período foram transferidas 136 crianças. As transferências são onerosas, pois incluem gastos com transporte UTI aérea ou terrestre, passagens e ajuda de custo para Tratamento Fora de Domicílio (TFD).   Atualmente existem cerca de 11 centros de tratamentos cardíacos pediátricos no país, sendo que a maioria deles está localizada no Sul e Sudeste. Com a implantação do serviço, o Tocantins se torna referência para a região norte e nordeste, dando um grande salto na qualidade dos atendimentos prestados de alta complexidade para crianças. Araguaína assim se consolida como centro de atendimento de alta complexidade em pediatria, pois já conta com serviços de UTI pediátrica, cirurgias gerais e agora cirurgias cardíacas de alta complexidade.

A cirurgia

Uma equipe de mais de 20 profissionais foi mobilizada na realização de duas cirurgias cardíacas pediátricas. As crianças Rhianna Milhomem Cavalcante, de dois anos e o pequeno Enzo Alves Campos, de quatro anos foram submetidos a procedimentos de ventriculosseptoplastia e atriosseptoplastia. A equipe foi comandada pelo cardiologista Dr. Arthur Henrique de Souza, cirurgião cardiovascular pediátrico, com experiência de mais de mil procedimentos realizados. O cirurgião foi acompanhado pelo médico cardiologista, João Alberto Pansani.  No pós-operatório as crianças recebem atendimento na Unidade de Tratamento Intensivo Pediátrica (UTIped) do Hospital sob o comando do responsável técnico, Dr. Márcio Brito e intensivistas da UTI pediátrica. Com a implantação do serviço em Araguaína, cerca de 30 procedimentos poderão ser feitos mensalmente, diminuindo as filas de espera e a angústia dos familiares que poderão acompanhar de perto o tratamento as crianças.  As cirurgias foram comemoradas pelas mães das crianças. Maria Márcia Araújo Cavalcante, residente de Paraíso do Tocantins, mãe da Rhianna, relatou seu alívio com a realização da cirurgia. “Com diagnóstico realizado no Hospital Geral de Palmas, começou a espera pela cirurgia, que poderia ser feita em São Paulo, Minas Gerais ou Rio Grande do Sul, locais distantes, o que me deixava angustiada. Agora com a cirurgia feita aqui perto de casa, estou aliviada e logo estaremos em casa,” celebra. Edivânia Sousa Alves, após a realização da cirurgia do filho Enzo, falou sobre sua satisfação em poder ter o tratamento do seu filho perto de casa. Enzo poderia ser atendido em Goiânia, cidade distante 1.300 km de Sitio Novo, onde mora com a família. “Poder ter este atendimento aqui no Estado vai ajudar muitas famílias, dando oportunidade para muitas crianças. O atendimento do hospital é ótimo, os profissionais são atenciosos, meu sentimento é de gratidão e alívio, estamos tranquilos; agora é aguardar o retorno para casa, felizes”, afirma.