A Polícia Civil (PC) resgatou internos de uma segunda clínica clandestina investigada em Anápolis, a 55 km de Goiânia. No local, alguns pacientes chegaram a ser encontrados amarrados. Segundo a polícia, o local pertence ao pastor responsável pelo local onde outras 50 pessoas foram encontradas desnutridas e com graves ferimentos. A segunda chácara foi localizada pela polícia na quinta-feira (31/8) com 43 internos trancados com cadeados, sendo a maioria portadora de deficiência intelectual. Segundo o delegado Manoel Vanderic, os suspeitos Ângelo Máio Klaus Júnior e Suelen Amaral Klaus tiveram a prisão preventiva decretada. No entanto, apenas a mulher foi presa, o homem permanece foragido. O g1 não conseguiu localizar a defesa dos dois para um posicionamento até a última atualização desta reportagem. O delegado explicou que o local consistia em uma instalação insalubre e contava com alimentos vencidos e medicações sedativas que eram aplicadas sem receita ou orientação médica. De acordo com a polícia, os poucos resgatados que conseguem se comunicar relataram agressões físicas e disseram que somente eram soltos para as duas refeições do dia. Eles confirmaram aos policiais que o local pertence aos responsáveis pela outra clínica investigada. A polícia explicou que os 43 resgatados foram levados para o albergue montado pela prefeitura no estádio municipal, onde passam por triagem para identificação e recambiamento, já que a maioria é de outros estados. Alguns dos internos precisaram ser hospitalizados, de acordo com o delegado. A Polícia Civil ainda explicou que dois seguranças do local fugiram com a chegada da polícia. Ao todo, seis pessoas foram autuadas em flagrante e foram presas preventivamente.
Resgate de 50 pessoas
Vanderic informou que as investigações na pimeira clínica começaram após um idoso de 96 anos, dar entrada no Hospital Estadual de Urgências de Anápolis (Heana) com sinais de maus-tratos. Durante as investigações, a polícia descobriu que as todas as vítimas são do sexo masculino e possuem entre 14 e 96 anos. A maior parte com deficiência intelectual, deficiência física, autista e alguns dependentes químicos. Todos foram levados para o local de forma ilegal e involuntária, onde eram confinados mediante pagamento de, no mínimo, um salário mínimo mensal. Lá, eles eram mantidos trancados, em ambiente insalubre, com alimentação precária, sem medicação e nenhum acompanhamento médico ou psicológico. No momento do resgate, várias vítimas apresentavam lesões graves, desnutrição e confusão mental compatível com sedação.