Sábado, 23 de
Novembro de 2024
Estado

Sofrimento

Idosa com hérnia gigante na barriga luta por cirurgia: 'Dói demais'

Moradora de Alexânia convive com hérnia de aproximadamente 18 cm de comprimento

Foto: Arquivo pessoal/Tatiane Lobo de Oliveira
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Dona de casa Lucineide Alexandre da Silva Lobo, de 60 anos, espera cirurgia para retirada hérnia gigante, em Alexânia — Goiás

04 janeiro, 2024

Dores intensas e limitações para comer, dormir, caminhar e se sentar. É assim que vive a dona de casa Lucineide Alexandre da Silva Lobo, de 60 anos, por conta de uma hérnia gigante, de aproximadamente 18 cm de comprimento, na região abdominal. Moradora de Alexânia, no Entorno do Distrito Federal, ela espera por uma cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). "Até para dormir está difícil, eu passo a noite inteira deitada só de um lado. Às vezes eu nem durmo direito porque dói demais", lamenta Lucineide. Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) informou que a idosa ocupa a posição de número 20 para realização da cirurgia. Não há data estimada de quando o procedimento deve ser feito. A filha da idosa, Tatiane Lobo de Oliveira, contou ao g1 que a mãe tem somente um rim, que funciona com 30% de sua capacidade. Em 2019, passou por uma cirurgia de drenagem na região e, cerca de três meses depois, a hérnia surgiu. A família levou a idosa ao médico, que após o diagnóstico, comunicou ter solicitado à Secretaria de Saúde de Goiás para que Lucineide fosse adicionada à fila de cirurgias eletivas para remover a hérnia. Desde então, Lucineide aguarda pela cirurgia, enquanto a hérnia continua crescendo. Um exame feito em 2022 estima que caroço tenha aproximadamente 18,4 cm de comprimento e 8,9 cm de largura. “Minha mãe tem dificuldade para tudo. Não consegue limpar uma casa, ficar em pé muito tempo e nem sentada. 10 minutos sentada ela já sente dor. É uma situação que deixa a gente triste”, desabafa a filha.

A cirurgia
Em agosto, Lucineide conseguiu uma vaga para realização da cirurgia no Hospital Geral de Goiânia (HGG), a 118,8 km de Alexânia. A família pagou para fazer os exames pré-operatórios na rede particular, para agilizar o processo. Meses depois, foi informada que a cirurgia da idosa aconteceria no hospital da cidade de Ceres, a 196 km de Alexânia. "O médico avaliou ela e falou que ela poderia fazer a cirurgia, falou que ela só precisava aguardar, que o HGG iria entrar em contato para fazer a internação e ela realizar a cirurgia no Hospital de Ceres. Chegando lá, o médico só olhou na cara dela e falou que lá não fazia o procedimento", reclama a filha. Depois disso, Lucineide voltou para a fila de espera, em que ocupa atualmente a 20ª posição. Em nota, a SES-GO explicou que a transferência da paciente para Ceres se deu por causa de contratos firmados com vários hospitais, que tem o objetivo de ampliar e agilizar a realização de cirurgias eletivas. Mas que, nesse caso, “após avaliação pré-cirúrgica e constatação de impossibilidade de realização de cirurgia no hospital remanejado, o nome dela voltou para a fila da instituição anterior, sem prejuízos”. Dona de casa Lucineide Alexandre da Silva Lobo sente dores e enfrenta limitações por conta de hérnia gigante — Foto: Arquivo pessoal/Tatiane Lobo de Oliveira. “A SES-GO reforça que está empenhada na busca por opções para que os pacientes na fila de cirurgias eletivas possam ser atendidos o mais rápido possível e que a referida paciente encontra-se na posição número 20 para a realização de seu procedimento”, finalizou comunicado.

Temor
O caso de Lucineide é considerado “prioridade B”, caracterizado por dor intensa, disfunção e/ou incapacidade, mas sem progressão rápida da doença. E, por isso, não considerado de grande risco ou urgência. Apesar disso, a família teme a piora da saúde da idosa. “Antes ela não sentia dores, mas agora sente dores constantes, constantes mesmo. Essa semana mesmo ela teve que ir ao hospital três vezes para tomar medicação na veia pra ver se passa, porque não é qualquer remédio que ela pode tomar pelo fato dela ter só um rim. É uma situação que deixa a gente triste”, desabafa a filha.