O governo do Tocantins abriu, na quinta-feira (21/7), um credenciamento com o objetivo de contratar empresas privadas que ficarão responsáveis por fazer cirurgias ortopédicas em pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A informação foi dada pelo secretário estadual de saúde, Afonso Piva. O aviso foi publicado no Diário Oficial da quinta-feira e será coordenado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO). O credenciamento deverá atender 993 pacientes, de um total atual de 1.283 que estão na fila da Central Estadual de Regulação. Os pacientes foram elencados entre os 26 procedimentos com maior demanda, como reconstrução de ligamentos, artroplastia, reparo de rótula, osteotomia de ossos, entre outros. "Neste ano nós já fizemos quase 5 mil cirurgias eletivas, só que na ortopedia e cardiologia não conseguimos dar rotatividade porque temos muita urgência e emergência e o nosso quadro não consegue suportar a demanda. Qual foi a ideia? Nós fizemos o credenciamento específico para 993 pacientes fazerem essa cirurgia no privado". O secretário ressaltou que alguns pacientes aguardam por um procedimento desde o ano de 2014. "Quando nós assumimos, nós tínhamos muitas demandas judiciais. Isso foi um acordo com o Ministério Público, a Defensoria Pública, os secretários municipais de saúde, todos abraçaram a causa. Vai ser uma coisa espetacular porque tem gente esperando há muito tempo". A previsão é que as cirurgias comecem a ser realizadas a partir do mês de agosto. "Se as empresas credenciarem e os documentos estiverem de acordo, a tendência é de fazer essas 993 cirurgias até 60 dias. Então, provavelmente, até outubro, nós estaremos zerando essa fila de ortopedia antiga. Porém, nós vamos fazer novos exames laboratoriais e vão ter, lógico, mais pacientes na fila. Porém, nós estamos ampliando os leitos e estruturando a nossa rede para fazer cirurgia eletiva na nossa unidade hospitalar", finalizou. As empresas contratadas serão responsáveis pelo serviço hospitalar que inclui: consulta pré-cirúrgica, consulta pós-cirúrgica, acompanhamento pré-operatório, intra-operatório e pós-operatório, procedimento cirúrgico, internação, atendimento das intercorrências, fornecimento de exames laboratoriais, exames de imagem, mão de obra, materiais, medicamentos, insumos, equipamentos, OPME e retaguarda em leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), caso haja necessidade. No mês passado, o g1 fez uma reportagem sobre pacientes que estavam nos corredores do Hospital Regional de Araguaína aguardando cirurgias ortopédicas. Além da falta de leitos, a demora também estaria ocorrendo por falta de materiais para as cirurgias, segundo os pacientes. Em imagens enviadas à TV Anhanguera é possível ver que as pessoas estão praticamente 'amontoadas' no corredor, em cadeiras de macarrão ou macas improvisadas. Os enfermeiros davam as medicações aos pacientes nos corredores.