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Novembro de 2024
Estado

Silêncio

Governador em exercício do Tocantins Wanderley Barbosa evita defender Mauro Carlesse

Wanderlei disse estar 'tomando pé' sobre como fica a administração. Ao ser perguntado se acreditava na inocência de Mauro Carlesse, preferiu não responder

Foto: João Guilherme Lobasz/g1
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Wanderlei Barbosa falou ao sair do prédio da Justiça Federal

21 outubro, 2021

Palmas (TO) -  O vice-governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, que assumiu o poder executivo por causa do afastamento de Mauro Carlesse, disse que ainda está se atualizando sobre as determinações da Justiça. Ao ser questionado sobre como fica a administração do estado ele respondeu que está 'tomando pé da situação’ e disse que a população pode ficar tranquila. Quando foi perguntado sobre Mauro Carlesse e se acredita na inocência do governador, Wanderlei preferiu não responder e disse que falará nesta quinta-feira (21/10) sobre o assunto. Logo em seguida, o Palácio Araguaia informou que está organizando uma coletiva de imprensa para às 11 horas. As declarações foram dadas pelo governador em exercício ao g1 nesta tarde. Por volta das 15h30 ele esteve na sede da Justiça Federal em Palmas. Wanderlei ficou no prédio por 20 minutos antes de ir embora. A assessoria da Justiça Federal não divulgou o que ele foi fazer no edifício, mas o local é o mesmo em que estava o ministro do STJ Mauro Campbell, que autorizou as operações e que viajou de Brasília a Palmas para acompanhar a operação.

Quem é Wanderlei Barbosa?
Wanderlei tem 57 anos e é natural de Porto Nacional (TO), na região central do estado. Ele começou a carreira política em 1989, quando se elegeu vereador pelo município. Em 1996 migrou para a capital e se elegeu vereador por Palmas, cargo que ocupou por vários mandatos sucessivos até 2010, chegando a presidir a câmara municipal ao longo de quatro anos. Em 2010 se elegeu para o primeiro de dois mandatos como deputado estadual. Ele permaneceu nesta função até 2018, quando se afastou para disputar a eleição suplementar ao lado de Carlesse como vice-governador na chapa que acabou vencedora. A disputa foi convocada por causa da cassação de Marcelo Miranda e Claudia Lelis dos cargos de governador e vice. Wanderlei é casado com Blandina Vieira Leite Castro e pai de Ygor Leonardo Castro Leite, Rérison Antonio Castro Leite e Rosa Maria Castro Leite. Ele também é filho de Fenelon Barbosa, o primeiro prefeito de Palmas, quando a cidade foi fundada em 1989. Um dos filhos do governador em exercício, Rérison Antonio, foi nomeado presidente da Agência de Metrologia do Tocantins em 2019 e segue ocupando o cargo. Ao longo dos últimos anos, Wanderlei Barbosa trabalhou em sintonia com o governador Mauro Carlesse e evitou se envolver em polêmicas. Ele foi escolhido para encabeçar ações como o combate à queimadas no último período de estiagem, representou o governo em entregas de obras e também em reuniões a que o governador não pode comparecer. Como Carlesse não poderia disputar a reeleição, Wanderlei tenta se viabilizar como pré-candidato à sucessão dele no comando do Poder Executivo.

As suspeitas
As investigações que resultaram no afastamento de Calesse são resultado de duas operações da PF, denominadas Éris e Hygea. O foco da Éris é desarticular uma suposta organização criminosa, que atuaria na Secretaria de Segurança Pública obstruindo investigações e vazando informações aos investigados. A Hygea busca desmantelar um suposto esquema de pagamento de vantagens indevidas relacionadas ao Plansaúde, plano de saúde dos servidores estaduais. A apuração, que teve início há cerca de dois anos, estima que cerca de R$ 44 milhões tenham sido pagos a título de vantagens indevidas. Os valores podem ser maiores, já que a participação de outras empresas no esquema ainda é investigada. Pela manhã, a Polícia Federal fez buscas na casa de Carlesse e na sede do governo do Tocantins. Foram apreendidos dois veículos do governador, levados para a sede da PF em Palmas. Segundo a PF, as buscas desta quarta-feira fizeram parte de duas operações complementares, que investigam:

Pagamento de propina relacionada ao plano de saúde dos servidores estaduais;
Obstrução de investigações;
Incorporação de recursos públicos desviados.

Além do governador, também foram alvos de mandados de busca e apreensão secretários estaduais, entre os quais Cristiano Sampaio, da Secretaria de Segurança Pública do Tocantins, que também teve o afastamento do cargo determinado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).