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Novembro de 2024
Estado

Restrições

Damos as mãos para que não falte leito a nenhum cidadão que necessite”, diz Caiado em anúncio de restrições mais severas contra Covid-19 na região metropolitana de Goiânia

Após período de Carnaval, índices da pandemia alcançam níveis que motivam edição de decretos para fechamento de atividades não essenciais em 20 municípios goianos

Foto: Cristiano Borges
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Governador Ronaldo Caiado ladeado pelo prefeito de Goiânia Rogério Cruz, anunciando novas medidas restritivas adotadas pelos municípios da região metropolitana para conter a disseminação da Covid-19

28 fevereiro, 2021

Goiânia (GO) -  O governador Ronaldo Caiado recebeu, na tarde de sábado (27/02), no Palácio das Esmeraldas, prefeitos de municípios da região metropolitana de Goiânia que anunciaram o início de um novo protocolo de isolamento para conter o agravamento da pandemia da Covid-19. A medida, definida após uma série de tratativas, selou um acordo entre os 20 gestores municipais da região e terá apoio do governo estadual para consolidar as ações que visam resguardar vidas. “Todos nós damos as mãos para podermos não deixar faltar leito a nenhum cidadão que necessite de um atendimento médico e até do atendimento em UTI [Unidade de Terapia Intensiva]”, afirmou o governador. Ao cumprimentar os prefeitos “pela coragem ao assumir uma posição em defesa da vida”, com o respaldo do governo do Estado de Goiás, Caiado lembrou das tentativas recentes de contenção do vírus e “endurecimento de regras” anteriores ao Carnaval que foram descumpridas. “A ponderação que faço nessa hora é que reflitam bem. De um gesto impensado, apesar de vocês terem sido alertados, no momento do Carnaval, é isso que se produz hoje neste momento: ou seja, a conta está sendo paga num momento difícil, de uma sobrecarga, de um vírus que tem a capacidade de transmissibilidade muito maior que o anterior e com consequências muito mais trágicas que o anterior.” A vigência dos decretos dos municípios é de sete dias com validade a partir da próxima segunda-feira (1°/03). Após o prazo, será realizada uma avaliação pelas administrações municipais sobre a necessidade de prorrogar o fechamento por mais sete dias. As normativas editadas pelas prefeituras determinam o fechamento de todas as atividades não essenciais, com particularidades para cada município, mas com regras comuns a serem seguidas. O tom adotado pelos prefeitos foi sinalizado na reunião realizada sexta-feira (26/02) no Paço Municipal, em Goiânia, que também reuniu representantes do setor empresarial. Na ocasião, Caiado reiterou a preocupação com o avanço da Covid-19, principalmente, pela alta transmissibilidade de novas cepas da doença e número crescente de infectados. “No momento em que tivemos conhecimento desta nova cepa, em que nós vimos a capacidade de transmissibilidade muito maior e atingindo também pessoas com a faixa etária bem mais jovem e com a evolução tão rápida, nós já estávamos atentos ao fato. Hoje essa variante já é uma contaminação comunitária e, assim, nós vemos pontos críticos no Estado de Goiás”, alertou. O governador também reforçou a importância da contrapartida da população. “Ninguém quer causar prejuízo a quem quer que seja. O que nós queremos é salvar vidas. Um período curto para nós baixarmos esse percentual e não chegarmos ao ponto que a população não tenha serviço médico para ser atendida”, defendeu ao lembrar os altos índices de ocupação nas UTIs em todo o Estado. Ao mesmo tempo, assegurou alinhamento às decisões municipais anunciadas. “Terá, por parte do governo, total apoio dentro da premissa que sempre foi para mim uma máxima da qual eu nunca saí: salvar vidas. Este é o nosso compromisso”, salientou. O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, endossou as palavras do governador em defesa da vida e alertou sobre a mortalidade do vírus, mesmo para os casos em que há pronto atendimento médico. “Quero aqui lembrar que não adianta aumentar leitos. A cada dez pessoas que entram no leito de UTI, cinco perdem a sua vida. Portanto, contamos com o apoio de toda a população goianiense, de todos que residem nos municípios do Estado Goiás, para que possam fortalecer o nosso pedido, o nosso decreto”, defendeu. Para o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, a medida é “desconfortável”, mas necessária para conter o crescimento da Covid-19. “Sempre fui favorável ao setor produtivo, às pessoas poderem trabalhar, mas o instinto de sobrevivência nesse momento fala mais alto. O que não podemos é deixar de dar o atendimento às pessoas que, nesse momento, necessitam de acompanhamento médico, quem sabe de uma UTI, quem sabe de ser entubado”, ponderou.  Mendanha conclamou os moradores de Aparecida que se solidarizarem com as famílias em luto. “Mais do que nunca, peço a minha população para se unir nesse momento, ao em vez de estarmos em casa nesses sete dias recebendo amigos, que nós possamos todos estar imbuídos em realmente enfrentar a Covid-19 e todos nos solidarizando com aqueles que estão sofrendo, aqueles que perderam entes queridos”, assinalou.  O sentido de união em um “momento difícil” foi destacado pelo prefeito de Goianira, Carlão da Fox. “Nós tomamos essa atitude, sabemos que vamos desagradar muitas pessoas, mas não podemos, em momento algum, abrir mão da nossa responsabilidade”.  O procurador-geral de Justiça, Aylton Vechi, definiu a situação como “o momento mais grave” enfrentado na pandemia. “Pela gravidade do momento, quero dizer que considero exemplar a postura do governador do Estado e dos prefeitos que integram a região metropolitana”, declarou. Vechi também manifestou apoio por parte do Ministério Público de Goiás (MP-GO) aos gestores e todos que atuam à frente de instituições e poderes em defesa da sociedade. “O MP continuará trilhando e exercendo a suas funções, apoiando os prefeitos dos municípios da região metropolitana e todos aqueles que eventualmente precisarem ajustar a sua postura para que nós tenhamos vidas salvas”. 

Técnicos

Os secretários de saúde, na esfera estadual e municipal, também participaram da reunião. Ismael Alexandrino, titular da Secretaria de Estado de Saúde, enfatizou que as ações até agora foram tomadas de maneira “consciente” e atendendo à avaliação do estágio da pandemia. “Nesse momento nós temos dificuldade em ofertar no serviço privado e no serviço público leitos suficientes para todos que estão necessitando de cuidados intensivos”, declarou ao lembrar que o cenário se replica a nível nacional e em outras unidades federativas. “Não são só leitos que salvam vidas. Não se enfrenta uma pandemia sozinha, nem só com atitudes de saúde”, lembrou ao ressaltar a relevância de atitudes conscientes por parte da população. O secretário municipal de saúde de Goiânia, Durval Ferreira Fonseca, reforçou que há um limite para disponibilizar recursos e força operacional. “Fizemos nosso trabalho e continuamos fazendo nosso trabalho, enquanto secretário, na abertura de leitos e controle das medidas sanitárias. Mas os recursos são finitos. É importante que todos aqueles que chamem para si sua responsabilidade civil e junto de suas famílias, seus entes queridos se protejam”, ponderou. Para o secretário municipal de saúde de Aparecida de Goiânia, Alessandro Magalhães, a decisão de fechamento é uma resolução pela vida. “Até o presente momento, tentamos conciliar a economia com as vidas. Chegou o momento de preocuparmos somente com as vidas. A medida mais necessária neste momento é ampliar o distanciamento social, ampliar as restrições”, afirmou. 

Mapa

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) atualizou, na  sexta-feira (26/02), a classificação das regiões, conforme o mapa de risco, que aponta em quais delas a incidência da Covid-19 está mais elevada. São previstas três situações: alerta (amarelo), crítica (laranja) ou calamidade (vermelho). A partir da divisão de cada localidade, a intenção é que os municípios adotem medidas de combate e controle da Covid-19, com procedimentos padronizados. Conforme a atualização desta sexta-feira, na semana anterior, as regiões do Entorno Sul, Estrada de Ferro, Nordeste II, Oeste I, Rio Vermelho e São Patrício I foram classificadas como situação de calamidade. No período atual, com exceção da Nordeste II que se enquadrou em estado de alerta, as cinco demais recuaram para a situação crítica. Mesmo com esse progresso nos resultados, todas as seis ainda devem manter as recomendações sanitárias de calamidade até apresentarem melhora do cenário por 14 dias consecutivos. Na análise desta semana, somente a Nordeste I, que antes estava na cor laranja, foi classificada em vermelho, demonstrando piora do contexto. A orientação é que os municípios de Campos Belos, Cavalcante, Divinópolis de Goiás, Monte Alegre de Goiás e Teresina de Goiás adotem medidas restritivas. As Regionais de Saúde Central, Norte, São Patrício II, Sudoeste II e Sul seguem em situação crítica nesta semana, sem alteração do cenário em que foram inseridas no período anterior. Já a Sudoeste I, que reúne 18 municípios, passou de alerta para cenário crítico. Dessa forma, as seis regiões devem seguir as medidas recomendadas na nota técnica para esta classificação.  Já a Centro-Sul e o Entorno Norte, antes no cenário crítico, passaram para o de alerta. Mesmo com esse avanço no quadro, ambas devem manter as medidas do momento anterior e sustentarem este novo resultado por duas semanas seguidas. Somente a Oeste II, Pirineus e Serra da Mesa, que juntas contam com 32 municípios, continuaram no status de alerta, sem mudanças na classificação no intervalo de uma semana. A classificação das regiões leva em consideração seis indicadores, divididos da seguinte maneira: velocidade de contágio no tempo (Rt); incidência de casos de síndrome respiratória aguda grave e variação de mortalidade por Covid-19, para avaliar a aceleração do contágio, e as taxas de crescimento de solicitações de leitos de UTI, de ocupação de leitos de UTI, e de ocupação de leitos de enfermaria, públicos e privados, dedicados para pacientes com Covid-19, para avaliar a sobrecarga do sistema de saúde.  

Trabalho remoto 

O Governo de Goiás publicou, em edição extra do Diário Oficial divulgado de sábado (27/02), o decreto nº 9819/2021, que trata da adoção do sistema de trabalho remoto para os servidores da administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo. A regra será frequentemente reavaliada, considerando as recomendações sanitárias da Secretaria de Estado da Saúde (SES).  As atividades essenciais não sofrem alterações, já que o teletrabalho para estes colaboradores só é previsto para os grupos prioritários. Os servidores adeptos à modalidade terão acesso de forma remota aos sistemas informatizados indispensáveis às atividades do teletrabalho, e o gerenciamento de produtividade será de responsabilidade da chefia imediata, por meio de planilhas e relatórios. Os titulares das pastas poderão definir suas atividades essenciais e estabelecer, por meio de portaria, quantitativo mínimo e sistema de revezamento entre servidores em trabalho presencial, para que não haja prejuízo à administração pública.Modalidade não se aplica aos órgãos ou às entidades que desenvolvam atividades indispensáveis.

Fontes: Secretaria de Comunicação do  Governo de Goiás / Secretaria da Administração  do Governo de Goiás / www.poptvnews.com.br