Alexander da Silva, preso nesta sexta-feira pela morte da mulher, Andréa Cabral Pinheiro, de 27 anos, e seus filhos Matheus Alexander Cabral Pinheiro da Silva, de 11 meses, e Maria Eduarda Fernandes Affonso da Silva, de 11 anos, tatuou num dos braços o número 666. A cifra, que aparece no livro do Apocalipse, na Bíblia, é na cultura popular usualmente associado ao mal. A informação aparece no depoimento que Alexander prestou na Delegacia de Homicídios da Capital (DH) após ser preso no condomínio onde ocorreu o crime, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. O 666, segundo o suspeito, também aparece na senha de seu celular. O suspeito do crime alegou à polícia, porém, que tatuar o número da Besta do Apocalipse "não tem relação com crença" e é apenas um referência ao curso do grupamento marítimo que fez em 2008. Na DH, Alexander também contou ter vagado durante quase 24 horas entre o momento em que saiu de casa, num condomínio no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, por volta das 8h de quinta-feira, e a hora em que retornou ao prédio e foi preso, às 7 horas desta sexta-feira (17/2). Entre os locais por onde passou, Alexander disse que "ficou nos blocos" no Centro do Rio. O suspeito do triplo homicídio disse que atualmente trabalha como motorista de aplicativo. Apesar disso, quando deixou sua casa, na manhã de quinta-feira, não foi trabalhar: à polícia, Alexander negou ter cometido o crime, contou ter deixado a família viva quando saiu do apartamento e afirmou que "precisava se distrair". Primeiro, ele alegou ter ido a pé até um shopping do Recreio e entrado num carro de aplicativo rumo a Niterói. Pouco depois, porém, desceu na altura de outro shopping, na Barra da Tijuca, porque "o motorista não aceitava Pix". Alexander disse ter ido até a Gardênia Azul e pego um ônibus — de uma linha que ele não se lembra — até perto da Ponte Rio-Niterói. Ali, pegou outro coletivo, da linha 100, até a rodoviária de Niterói. Apesar do esforço para atravessar a Baía de Guanabara, Alexander afirmou ter voltado para o Rio num ônibus da mesma linha para o Centro do Rio, sem ter feito nada na cidade. No Centro, ficou nos blocos e retornou ao terminal Alvorada, na Barra, segundo contou em depoimento. Já na Zona Oeste, o suspeito disse ter vagado pelas comunidades da Merck e Cesar Maia e pela Cidade de Deus. Por volta das 2 horas de sexta-feira (17/2) — pelo que contou aos agentes da DH, ele já estava fora de casa perambulando há cerca de 18 horas — parou para se deitar num banco em um posto de gasolina perto de um lava a jato na Avenida Benvindo de Novaes, no Recreio. Antes de chegar ao posto de gasolina, porém, Alexander disse ter passado no condomínio onde mora, por volta das 23 horas de quinta-feira. Em lugar de entrar no apartamento após 15 horas fora de casa, ele afirmou no depoimento que "apenas foi passear pela parte comum"; alegou não ter entrado em contato com a família porque Andréa iria para a casa da mãe, em Pilares, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
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