As últimas horas foram de homenagens para a jornalista Leilane Lustosa Macedo de Oliveira, que morreu em um acidente trágico na BR-153, enquanto viajava com duas amigas, na sexta-feira (9/6). As três não resistiram após o carro onde estavam bater em um caminhão, em São Luiz do Norte, Goiás. Os corpos das vítimas foram enterrados em um cemitério em Gurupi, onde moravam, na manhã deste domingo (11/6). Em quase duas décadas de profissão, Leilane Macedo era jornalista nata, com paixão por comunicar e narrar histórias. Ela se formou como jornalista profissional na Universidade de Gurupi (Unirg), cidade onde construiu a carreira. Ex-professores lamentaram a morte da profissional de 39 anos. “De uma aluna exemplar, a Leilane se transformou numa excelente profissional. A nova geração de jornalismo perde uma jornalista de alto quilate, restam as lembranças, lamento pela partida dela”, disse Gilvan Noleto, que foi professor de Leilane. A jornalista teve as primeiras experiências no jornalismo diário no Grupo Jaime Câmara. Primeiro como estagiária de produção, nos bastidores dos telejornais da TV Anhanguera onde checava e apurava tudo o que acontecia na cidade. Logo depois, na mesma empresa, migrou de área. Foi na redação do Jornal do Tocantins que a Leilane realizou o maior sonho profissional, que era atuar no jornalismo impresso. Ela era apaixonada pela notícia contada no papel. Essa chance chegou para ela em 2005, como correspondente das regiões sul e sudeste do estado. Foram quatro anos nessa função. Homenagens marcam enterro de jornalista e das amigas que morreram em acidente na BR-153 em Goiás
“Leilane era uma pessoa humana incrível, uma profissional comprometida, trabalhava com alegria como se tivesse na hora de lazer. Dividíamos jornadas no Jornal do Tocantins, ela como correspondente e eu como editor-chefe do diário. Foi um convívio muito saudável e enriquecedor”, comentou Tião Pinheiro, ex-editor chefe do Jornal Tocantins e atual secretário estadual de Cultura. Depois de um período em assessorias de imprensa, em 2016, Leilane voltou a trabalhar na TV Anhanguera. Ela atuou como repórter e apresentadora, também como correspondente da região sul. Durante um relato feito no ano passado para o chefe de redação da TV, Adriano Fonseca, ela falou sobre as transformações do jornalismo de televisão, desde o período em que começou na profissão. “Aquela questão da internet, começando o celular, principalmente pra região do nosso país, pouca questão da mensagem, da interatividade que tem hoje. Então, alguém que quisesse sugerir uma reportagem tinha que ligar na redação. Eu lembro que ainda fazia o jornal, as laudas, vinham de Palmas. Gurupi era a cabeça de rede em 2005. As laudas do Bom Dia eram feitas pelos editores à noite, de madrugada, as laudas chegavam de madrugada por fax”. Leilane sabia da importância do papel do jornalismo na era da Fake News e não media esforços para informar a população com clareza. Em qualquer lugar que ela estivesse, era essa arte de noticiar os fatos que dava sentido à sua vida profissional. Atualmente atuava na assessoria de comunicação da prefeitura de Gurupi. "Além de ser uma jornalista profissional, competente, compromissada e responsável, era uma pessoa muito carinhosa e uma grande amiga", lamentou a prefeita de Gurupi, Josi Nunes (PROS). "Um dia de luto para o jornalismo tocantinense e de lembrança de uma grande comunicadora dessa geração. Que a gente lembre da alegria, da felicidade que ela tinha”, disse o jornalista Francisco Garcia. “Eu acredito que assim que ela gostaria de ser lembrada, como uma pessoa de um astral fantástico e que vai fazer muita falta entre os amigos e familiares”, comentou o jornalista Antônio Rodrigues.
Entenda
Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra a jornalista Leilane Macedo de Oliveira e as amigas Hosana Santos Andrade e Luana Carvalho cantando, dançando e se divertindo dentro do carro, momentos antes de morrerem em um acidente na BR-153, no município de São Luiz do Norte, em Goiás. O acidente aconteceu nesta sexta-feira (9/6). Elas saíram de Gurupi, onde moravam, com destino a Abadia de Goiás. Lá, iriam pegar os coletes para participar de um encontro de motoclube feminino. As três eram apaixonadas por motocicletas. Antes de chegarem ao destino final, se envolveram em uma batida com um caminhão. Hosana e Luana morreram no local. Leilane chegou a ser socorrida e levada para um hospital de São Luiz do Norte, mas não resistiu Segundo a Polícia Rodoviária Federa (PRF), a motorista tentou fazer uma ultrapassagem, bateu em outro carro, invadiu a pista contrária e foi atingida por um caminhão. O velório está previsto para começar na noite de sábado (10/6) em Gurupi - Tocantins.