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Estado

Questionamento

'Acham que a vida está normal', diz secretário de Saúde de Goiás após confirmação de 15 mil novos casos de Covid-19 em uma semana

Ismael Alexandrino comenta que parte da população não está colaborando: 'Tem muita gente que acha que a pandemia acabou'

Fotos: Divulgação
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Ismael Alexandrino secretário da Saúde do Governo de Goiás

06 setembro, 2020

Goiânia (GO) -  Com mais de 15 mil novos casos confirmados de coronavírus em uma semana, em Goiás, o secretário estadual da Saúde, Ismael Alexandrino, disse, em entrevista à TV Anhanguera, que o governo pode voltar a adotar medidas mais rígidas para conter a disseminação da Covid-19. Segundo ele, o ideal seria que a população colaborasse por ter consciência da gravidade da doença, mas que isso não é o que tem sido observado no estado. “Se não houver essa colaboração por parte da população - o bom seria que viesse pela compreensão, não pela repressão, não pela medida de força do Estado, de multa, de fechamento e tudo mais. Se for necessário, vamos utilizar", afirmou. Alexandrino mencionou que, grande parte da população, não está colaborando com as medidas de isolamento social e distanciamento, previstas no decreto estadual. “Infelizmente, tem muita gente que acha que a pandemia acabou, que a vida está absolutamente normal”, disse. Em uma semana, Goiás teve mais de 15 mil novos casos confirmados da Covid-19. No dia 28 de agosto, o estado contabilizava 129.286 pessoas infectadas pela doença. Já na última sexta-feira (4/9), o número ultrapassou os 145 mil casos. Conforme o último boletim epidemiológico divulgado no  sábado (5/9) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), Goiás contabiliza 147.037 casos confirmados de coronavírus e 3.446 mil mortes provocadas pela doença.

Descumprimento de medidas

Ismael Alexandrino comentou que visitou, junto com governador Ronaldo Caiado (DEM), na manhã de sexta-feira (4/9), a Região da 44, tradicional polo de confecções da capital, local onde ambos presenciaram cenas de desrespeito ao atual decreto. “Muita gente na rua, sem máscara, vendendo comida, ônibus de outros estados. É importante que a população se conscientize e não ache que está normal. A pandemia não acabou e não tem vacina ainda”, pontuou. Em uma live, Caiado afirmou ter presenciado "um total desrespeito às regras" no enfrentamento ao coronavírus no local, com aglomerações e falta ou uso incorreto dos equipamentos de proteção.

Flexibilização do comércio
Desde o dia 14 de julho vigora no estado o decreto assinado pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado que liberou o funcionamento de alguns setores não essenciais no estado, como bares, restaurantes, comércio em geral e eventos esportivos, respeitando normas sanitárias. À época, quando questionado sobre o que poderia voltar a funcionar e em quais condições, Caiado respondeu: "É mais fácil dizer o que não volta. Não voltam shows, eventos, salas de cinema, teatro, boate. Tudo aquilo que gere aglomerações. Tudo isso não está autorizado".

Leitos de UTI

O secretário ressaltou ainda que os hospitais continuam com uma alta ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). A rede pública estadual de saúde tem 309 leitos de UTI exclusivos para Covid-19. Neste sábado, a taxa de ocupação está em 86,2%. Na enfermaria, o número está em 54,8%. Já na rede municipal de Goiânia, dos 238 leitos de UTI disponíveis, 73,6% estão ocupados. Na enfermaria, o índice é de 72,2%.

Evolução dos casos

No dia 12 de março, o governo registrou os três primeiros casos de Covid-19 em Goiás;
Em 6 de maio, Goiás ultrapassou 1 mil casos confirmados e atingiu 45 mortes;
Em 15 de junho, o estado contabilizou 10 mil casos de coronavírus e 226 mortes;
A marca de 1 mil mortes foi registrada em 16 de julho, dois meses após o início da pandemia em Goias.
Em 19 de julho, devido a uma instabilidade no sistema de notificação, houve redução de 17 casos nos números de infectados;
Em 23 de julho, Goiás atingiu os 50 mil casos;
Goiás registra em julho média de 1,3 mil casos confirmados de coronavírus por dia;
Em 8 de agosto, o estado ultrapassou a marca de 2 mil mortos, cinco meses após o registro dos primeiros casos;
Em 14 de agosto, o estado ultrapassou 100 mil casos confirmados da doença;
As mortes provocadas pelo coronavírus na 1ª quinzena de agosto aumentaram em 53% em relação ao mesmo período em julho;
No dia 18 de agosto, o estado registrou o recorde de casos, com 4.128 novas confirmações e 128 mortes por Covid-19 em um dia;
No dia 20, o estado já tinha ultrapassado os 110 mil casos;
Seis dias depois, em 26 de agosto, o estado chegou a 125 mil casos;
O estado atingiu mais de 3 mil mortos pela doença em 28 de agosto;
No dia 29 de agosto, Goiás ultrapassou 130 mil casos de coronavírus;
Coronavírus matou 23% mais goianos em agosto em relação a julho.
 

Fontes: G1 Goiás / www.poptvnews.com.br