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Novembro de 2024
Direito & Justiça

Indiciamentos

Vereadores de Goiânia são indiciados por racismo

Falas foram ditas durante discussão sobre propaganda que celebrava o Dia do Orgulho Gay. Investigação concluiu que os discursos dos vereadores foram preconceituosos

Foto: Montagem/g1
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Quatro vereadores são suspeitos de homofobia após comentários feitos em sessão na Câmara de Goiânia

21 abril, 2022

Quatro vereadores de Goiânia que eram investigados por falas homofóbicas foram indiciados pela Polícia Civil pelo crime de racismo. A investigação apontou que os parlamentares usaram o plenário da Câmara para falar frases preconceituosas sobre uma propaganda de uma rede de fast food sobre o Dia do Orgulho Gay, em junho de 2021. Os indiciados são Cabo Senna (Patriota), Sargento Novandir (Republicanos), Gabriela Rodart (DC) e Thialu Guiotti (Avante). O delegado Joaquim Adorno concluiu na investigação que os discursos foram preconceituosos e discriminatórios. O documento destacou que Gabriela Rodart é a única investigada que mantém declarações de cunho preconceituoso ou homofóbico nas redes sociais. O inquérito foi enviada ao Judiciário em fevereiro deste ano, mas somente nesta semana o conteúdo foi divulgado. Sobre o indiciamento por racismo, o delegado explicou que o Supremo Tribunal Federal decidiu enquadrar os crimes de homofobia e transfobia como racismo, numa decisão de 2020. "Você não é obrigado a gostar de ninguém e nem a aceitar, mas é obrigado a respeitar e o respeito pressupõe nenhuma ofensa, nenhuma desqualificação, nenhuma desumanização, nenhum cerceamento de direitos, nenhuma incitação ao ódio", comentou o delegado.

Veja os posicionamentos dos vereadores:

Cabo Senna (Patriota): A assessoria disse que vai se manifestar quando for notificada.
Sargento Novandir (Republicanos): A reportagem não teve retorno do vereador.
Gabriela Rodart (DC): A vereadora reforçou que segue não concordando com a campanha e que tem a obrigação de se posicionar e que é preciso debater ideias e opiniões de forma respeitosa.
Thialu Guiotti (Avante): Em nota, a assessoria disse que de maneira alguma ocorreu crime de discriminação racial ou de qualquer natureza. O posicionamento do parlamentar se mantém contra a utilização de crianças em comerciais para defender bandeiras ideológicas que vão além do ensino referente ao respeito pelas liberdades individuais. O discurso foi relacionado ao uso indevido de crianças para debater temas sobre sexualidade. "O vereador não fugirá do propósito de defender a família tradicional tendo a Bíblia como manual de fé e seguindo em defesa das crianças, sempre respeitando as diferenças e escolhas pessoais", diz a nota.

O inquérito destacou as falas dos vereadores no plenário:

Thialu Guiotti (Avante): "Normal é homem com mulher. Agora não quero mais, quero me relacionar só com homem. Faça o que quiser do seu órgão sexual
Sargento Novandir: "'Ser homem ou mulher impede de ter mais direitos do que o gay ou a lésbica? Que absurdo é esse? Eu me compadeço muito com as pessoas que sofrem violência, mas de maneira nenhuma podemos entender que o LGBT, a pessoa de cor escura, tem que ter mais direitos que uma pessoa comum".
Gabriela Rodart: "Essa ativista que fala é um homem, que se autodenomina Amanda Palha. Não podemos ser pautados aqui por uma agenda deplorável, que vai contra a natureza humana".
Cabo Senna: "Deus criou o homem e a mulher, não criou um triângulo, para quando no futuro a criança vai decidir".