Uma operação do Ministério Público de Goiás (MP-GO) prendeu, na manhã desta segunda-feira (12/8), uma advogada suspeita de ser "mensageira" de presos e um policial penal suspeito de vazar informações sigilosas, em Goiânia. Segundo o MP-GO, a advogada presa levava recados e ordens de criminosos presos para aqueles que estavam em liberdade, dando assim continuidade aos crimes. O g1 não conseguiu contato com a defesa dos suspeitos até a última atualização desta reportagem. Em nota, a Diretoria-Geral de Polícia Penal (DGPP) informou que acompanhou o cumprimento do mandado de prisão do policial, abriu uma sindicância interna e que não compactua com desvios de conduta de seus integrantes. As investigações tiveram início a partir do monitoramento de advogados de presos suspeitos de participarem de organizações criminosas, há seis meses, informou o MP. Além dos crimes relacionados à troca de informações, há indícios de outros crimes como tráfico de drogas. Além dos presos, outra advogada, suspeita de envolvimento no crime, foi alvo de busca e apreensão durante a operação, intitulada Mensgeiros. A reportagem não conseguiu contato com a defesa da advogada suspeita até a última atualização. A operação teve apoio da Polícia Penal e da Polícia Militar. Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), informou que acompanhou os procedimentos da operação e que deve tomar providências após o término das investigações. O g1 questionou o MP-GO e a DGPP sobre a participação do policial preso no crime investigado, mas não obteve retorno.
Nota da DGPP na íntegra:
A Diretoria-Geral de Polícia Penal informa:
- A investigação que deu origem a Operação Mensageiro partiu do monitoramento de advogados de presos de organizações criminosas realizado pela Polícia Penal, em parceria com Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Goiás.
- Esse monitoramento, com autorização judicial, teve início há seis meses pelo setor de Inteligência da Diretoria-Geral de Polícia Penal.
- A DGPP acompanhou o cumprimento do mandado que teve como alvo a advogada e o policial penal, e abriu sindicância interna para apurar os fatos envolvendo o servidor da instituição.
- A Polícia Penal reitera que não compactua com eventuais desvios de conduta de quaisquer de seus integrantes.
Nota da OAB na íntegra
A Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Goiás (OAB-GO) informa que foi comunicada e acompanhou os procedimentos da Operação ''Mensageiro'' por meio da Comissão de Direitos e Prerrogativas (CDP), de modo a garantir os direitos, prerrogativas e o respeito ao contraditório e à presunção de inocência de ambas as advogadas envolvidas. Em situações como essa, é praxe que a OAB-GO acompanhe toda a investigação para, em seguida, tomar as providências necessárias na seara ética, caso se comprove eventual infringência dos deveres funcionais dos inscritos.