Alexânia (GO) - Um homem de 40 anos foi preso em Goiás, na manhã de sábado (14/8), suspeito de ter roubado e matado com um golpe de foice o policial federal aposentado Moacyr Ferreira da Silva, de 62 anos, em Minas Gerais. De acordo com a Polícia Civil, o suspeito estava trabalhando na chácara do agente quando o matou e fugiu levando um celular, a arma e a caminhonete dele. O crime aconteceu em fevereiro deste ano no distrito de Serra Bonita, em Buritis (MG). O suspeito foi localizado em Alexânia, no Entorno do DF, e preso preventivamente. A polícia de Minas informou que ele usava documentos falsos para conseguir “fugir” da condição de foragido da Justiça. Como o nome do suspeito não foi divulgado, o G1 não conseguiu contato com a defesa dele para que se posicionasse. A Polícia Civil disse que ele confessou o crime e alegou que havia de "desentendido" com a vítima. A corporação informou que o detido ofereceu serviços à vítima no dia 5 de fevereiro deste ano. Três dias depois, na data combinada para a construção de uma cerca na chácara do policial, testemunhas relatam que o investigado se apresentou empolgado para o serviço. De acordo com as investigações, por volta de 11h daquele dia, o policial saiu do local da cerca e foi almoçar com a esposa. Em seguida, ele levou uma marmita ao funcionário e, chegando ao local, foi surpreendido com um golpe de foice, sem ter chances de defesa, conforme informou a polícia. O suspeito fugiu levando seus pertences. O veículo do policial levado pelo investigado foi localizado abandonado e incendiado na cidade de Brazlândia, no Distrito Federal, no mesmo dia do crime. De acordo com a polícia, ele se desfez do celular, mas permaneceu com a arma de fogo da vítima. Conforme a delegada Gabriela Mol, responsável pelas investigações, o suspeito agia sempre da mesma forma. Ela explicou que ele se aproximava das vítimas com a intenção de trabalhar, geralmente em chácaras do Distrito Federal, mas, conforme apontou as investigações, aos poucos o suspeito ia revelando uma personalidade violenta.
Investigações
As investigações duraram cinco meses e, conforme informou a Polícia Civil de Minas Gerais, foram localizadas ocorrências criminais semelhantes ao modo de o suspeito agir em Goiás e Distrito Federal, ainda sem identificação do suspeito, mas com reconhecimento das mesmas características físicas e de caligrafia do investigado. “Um dos inquéritos policiais na cidade de Planaltina de Goiás, que apura o desaparecimento e provável homicídio de uma família com duas crianças, foi fundamental para a qualificação do suspeito”, disse a delegada. A identidade do foragido foi confirmada por meio de laudo papiloscópico realizado numa ocorrência de furto registrada no Distrito Federal. O documento continha os mesmos dados do suspeito investigado pelos desaparecimentos em Goiás.
Passagens criminais
A delegada informou ainda que dentre as passagens policiais do suspeito, estão condenações por extorsão com emprego de arma de fogo, por estupros e roubo no Distrito Federal, homicídio praticado durante fuga de presídio de Tocantins, furtos, lesões corporais, uso de documento falso e a atual investigação pelo crime de latrocínio em Minas Gerais, que resultou na ordem de prisão. A Polícia Civil informou que ele está detido no presídio de Alexânia, mas será recambiado ao sistema prisional mineiro. O foragido foi detido durante a operação “Dragão Vermelho” que é uma referência ao filme que trata do famoso serial killer Hannibal Lecter e a capacidade da polícia de compreender a mente do criminoso para desvendar seus crimes.