A Polícia Civil cumpriu nesta terça-feira (15/6) mandados de busca contra o ex-governador Zé Eliton e outros seis investigados em uma ação que apura desvio de dinheiro de gestões anteriores da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra). O prejuízo causado seria de R$ 46 milhões. Segundo as investigações, havia um núcleo político e um núcleo financeiro para administrar as fraudes. A defesa do ex-govenador Zé Eliton informou que não vai se manifestar porque não sabe qual o conteúdo da decisão que determinou a busca e apreensão. Já a Goinfra informou que os desvios aconteceram durante gestão anterior, na antiga Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), e que a atual administração está à disposição da polícia para ajudar na investigação. O nome dos investigados e das empresas que foram alvos não foram divulgados pela Polícia Civil. Com isso, o G1 não conseguiu localizar a defesa dos envolvidos. Segundo a polícia, a fraude aconteceu em um contrato assinado em 2013 e que durou até 2018 para obras na GO-230, entre Água Fria de Goiás e Mimoso de Goiás. O delegado Luiz Gonzaga Junior explicou que houve superfaturamento e contratação ilícita de uma empresa. “Essa empresa [ganhadora da licitação] usava de diversos subterfúgios, como superfaturamento da obra, a descaracterização total do objeto que foi licitado, bem como uma subcontratação ilegal de uma empresa que sequer participou da licitação”, explicou. Ao todo foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em Goiânia e Palmas (TO) contra sete pessoas e sete empresas. “Nós apuramos a existência de um grupo financeiro e um núcleo politico que garantia a gestão e manutenção deste contrato. Esse núcleo político garantia o pagamento das medições realizadas e o núcleo financeiro girava esse dinheiro do grupo de forma a transparecer um caráter lícito, configurando a lavagem de dinheiro”, disse o delegado. Na casa de um dos suspeitos, a polícia encontrou R$ 165 mil escondidos dentro de pacotes em um vaso de plantas. Após a apreensão de documentos e equipamentos eletrônicos dos investigados e empresas, a polícia pretende estabelecer a ligação de cada pessoa dentro do suposto esquema criminoso. Segundo a polícia, a empresa investigada já não é mais responsável pela obra na GO-230, que ainda está em andamento. Uma companhia que tinha participado da licitação inicial assumiu a continuidade do trabalho.
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