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Novembro de 2024
Direito & Justiça

Indiciamento

PM é indiciado pela morte do soldado da Força Aérea Brasileira baleado após fugir de blitz

Vídeos mostraram perseguição e abordagem de Guilherme Souza, de 19 anos, que morreu em hospital logo após ser baleado

Foto: Reprodução/TV Anhanguera
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Soldado da FAB, Guilherme Souza foi morto após perseguição ao fugir de blitz

05 maio, 2021

Anápolis (GO) - A Polícia Civil indiciou, na terça-feira (4/5), um policial militar pelo homicídio do soldado da Força Aérea Brasileira (FAB) Guilherme Souza Costa, de 19 anos, baleado após fugir de uma blitz em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Outros dois PMs também foram indiciados no processo, mas pelo crime de disparo de arma de fogo em via pública, porque tentaram parar o jovem atirando contra a motocicleta que ele pilotava. Os três estão presos. A Polícia Militar informou, por nota, que os policiais foram afastados pela Corregedoria e que estão à disposição da Justiça. A defesa dos PMs informou, em nota, que "tanto a defesa quanto os Militares envolvidos no caso, colaboraram a todo momento de forma a ajudar na elucidação dos fatos". Também conforme o posicionamento, a defesa "confia na Justiça e aguarda que esta seja feita em relação aos militares, os quais estavam e sempre estarão a serviço da sociedade". Exatamente dois meses após a morte do soldado, a Polícia Civil concluiu que Guilherme Souza não parou a mando dos policiais porque estava pilotando uma moto sem ter Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e com a placa danificada. Vídeos mostraram a perseguição e abordagem do soldado. "Ele foi abordado na altura da Avenida Universitária, desobedeceu a ordem de parada, foi realizada uma perseguição e foi montado um bloqueio policial na Avenida Brasil. Neste bloqueio, na hora que ele furou o bloqueio ele foi baleado e 300 metros depois ele foi alcançado pela PM, conforme as imagens", descreveu o delegado responsável pela investigação Wllisses Valentim. As investigações mostraram que dois PMs, com intuito de parar Guilherme, atiraram contra a motocicleta dele, tentando atingis os pneus – o que foi confirmado pela perícia, segundo o delegado. No entanto, Guilherme não parou imediatamente e, logo depois, enquanto era perseguido por policiais, foi baleado no abdômen e na perna por um terceiro PM. De acordo com o delegado, estes disparos foram dados de forma lateral e a uma distância pequena da vítima.

Não houve troca de tiros
No registro da PM sobre o caso, consta que os policiais encontraram uma arma com o jovem ao revistá-lo após a abordagem. Porém, a Polícia Civil não conseguiu concluir se o rapaz de fato estava armado ou não antes de ser abordado - não foram encontradas imagens de câmeras de monitoramento ou testemunhas que corroborassem essa informação dos policiais. Apesar disso, todos depuseram que não houve troca de tiros, que o jovem não atirou contra eles. Segundo o delegado, quando o soldado parou a moto e foi rodeado por PMs, ele já tinha sido baleado. Isto aconteceu cerca de 300 metros antes. Consta nos registros policiais que Guilherme foi socorrido após a abordagem e levado ao Hospital de Urgências de Anápolis (Huana), onde recebeu atendimento, mas morreu logo depois. A FAB havia informado que a arma apreendida com o jovem não pertence à corporação. O G1 entrou em contato, por e-mail, às 9h50, e aguarda retorno com posicionamento sobre o indiciamento dos PMs. Ainda de acordo com o delegado, os três PMs estão detidos no Presídio Militar de Goiânia desde 16 de março. Eles foram presos em razão de mandado de prisão temporária, a qual foi prorrogada.