Sábado, 23 de
Novembro de 2024
Direito & Justiça

Investigação

PF começa a ouvir vítimas de quadrilha investigada por tráfico de mulheres para exploração sexual

Seis pessoas foram presas em operação deflagrada por policiais da delegacia da PF em Sorocaba (SP). Alguns investigados foram incluídos na lista de prisão da Interpol

Foto: Polícia Federal/Divulgação
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Polícia Federal deflagrou operação contra tráfico internacional de mulheres

29 abril, 2021

Sorocaba (SP) -  Polícia Federal começou a ouvir as vítimas do esquema de tráfico internacional de mulheres para exploração sexual no Brasil e em outros países. Pelo menos 20 mulheres devem ser ouvidas na quarta-feira (28/4), em São Paulo. A Operação Harem BR foi deflagrada na terça-feira (27/4) por policiais da delegacia da PF de Sorocaba (SP). Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão e seis dos oito de prisão preventiva. Alguns investigados foram incluídos na lista de prisão da Interpol. De acordo com a Polícia Federal, também devem ser ouvidos os suspeitos de integrar o grupo nesta sexta-feira (30). A investigação mostrou que o grupo agia no Brasil e também no exterior. A PF estima que o grupo tenha aliciado pelo menos 200 mulheres, entre elas menores de idade. O grupo investigado escolhia as vítimas por meio de fotos nas redes sociais. Segundo a polícia, os criminosos se passavam por representantes de marcas de maquiagem e produtos de beleza. Assim, atraíam as vítimas com propostas de emprego.

Seis presos
Seis pessoas foram presas, quatro no Brasil, em Foz do Iguaçu (PR), São Paulo (SP), Goiânia (GO) e Rondonópolis (MT), uma em Portugal e outra na Espanha. A prisão na capital paulista é do investigado apontado como o principal alvo do esquema criminoso. O homem foi encontrado em uma casa no bairro Granja Julieta e levado ao presídio em Sorocaba. Na residência de luxo, policiais apreenderam documentos e mídias para investigar se há mais envolvidos. Uma mulher foi presa na Espanha. Ela é apontada como a "despachante" do grupo, responsável por facilitar e falsificar a documentação para enviar as vítimas a outros países. Ao todo, a 1ª Vara da Justiça Federal em Sorocaba expediu nove mandados de busca e apreensão e oito de prisão preventiva. Cinco alvos de mandados de prisão foram incluídos na lista da Interpol por estarem em outros países, como Paraguai, Estados Unidos, Espanha, Portugal e Austrália. Os nomes dos investigados são mantidos em sigilo durante o processo, informou a PF. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de São Paulo (SP), Goiânia (GO), Foz do Iguaçu (PR), Venâncio Aires (RS), Lauro de Freitas (BA) e Rondonópolis (MT).

Ação da quadrilha
Depois da abordagem pelas redes sociais, os criminosos ganhavam a confiança das supostas clientes e se ofereciam para fazer ensaios fotográficos até o momento em que ofertavam emprego, quando as vítimas eram aliciadas. Segundo a PF, a mulher presa em Portugal tinha envolvimento com uma rede de prostituição nos Estados Unidos. Já o homem preso em Foz do Iguaçu, no Paraná, seria um cliente que contratou programas com menores de idade no Paraguai.

Investigação da investigação
A rede criminosa para o tráfico de mulheres, alvo da Operação Harem BR, foi descoberta após outra investigação, a Nascostos, em 2019, que identificou compras de passagens aéreas feitas pelos estelionatários com cartões de crédito clonados. Segundo a PF, algumas das vítimas que tiveram os cartões clonados são de Sorocaba. Na ocasião, a PF identificou que duas garotas de programa receberam as passagens compradas por meio de fraude e viajaram a Doha, no Catar. "Uma vez identificadas essas vítimas de exploração sexual, elas relataram cerceamentos de direitos a que foram submetidas nesse destino, bem como que receberam as passagens de um indivíduo que as agenciou para a prática dos atos de prostituição", disse a PF. A polícia identificou que o grupo criminoso promoveu exploração sexual no Brasil, Paraguai, Bolívia, Estados Unidos, Catar e Austrália. Ainda conforme a Polícia Federal, a apresentação de documentos possivelmente falsos perante a Embaixada da Austrália no Brasil para dar entrada em pedidos de vistos australianos, como holerites e comprovantes de vínculos empregatícios, é investigado.

Os crimes investigados são:

Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável;
Tráfico de mulheres para fins de exploração sexual;
Falsidade material e/ou ideológica e uso de documento falso;
Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual;

Rufianismo

Fontes: G1TV TEM / www.poptvnews.com.br