Domingo, 24 de
Novembro de 2024
Direito & Justiça

Prisão

Operação cumpre nove mandados de prisão contra suspeitos de vender notas fiscais falsas

Segundo a Polícia Civil, o esquema funciona com serviço de delivery para lojistas que sonegavam impostos

Foto: Divulgação/PCGO
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Na operação da Região da 44, uma arma de uso restrito foi apreendida na casa de suspeitos, diz polícia

24 setembro, 2024

Um esquema de venda de notas fiscais falsas foi alvo da Polícia Civil na Região da 44, em Goiânia, na manhã desta terça-feira (24/9). Ao todo, foram cumpridos nove mandados de prisões temporárias e 10 de buscas e apreensões contra investigados durante a deflagração da Operação Notas Delivery. Todos são suspeitos de criarem empresas de fachada em nome de “laranjas” e causarem prejuízos de R$ 40 milhões ao Estado. “Esse grupo criminoso é responsável por um esquema de venda de notas fiscais falsas na Região da 44. Os lojistas que sonegavam impostos encomendavam essas notas para essas pessoas, que tinham o serviço de delivery, de entrega dessas notas”, revelou o delegado responsável pela operação, Bruno Silva, à TV Anhanguera. Silva destacou que as notas fiscais eram emitidas por meio de empresas de fachada, chamadas "noteiras". De acordo com ele, até as 8h30 desta segunda-feira, seis prisões foram realizadas, incluindo um flagrante de um suspeito portando uma arma de fogo de uso restrito. A investigação listou 11 empresas no esquema, algumas registradas em nome de pessoas em situação de rua. O g1 não conseguiu contato com a defesa dos suspeitos até a última atualização desta reportagem. “Alguns membros captavam pessoas em situação de rua e criavam empresas no nome delas, e essas empresas emitiam milhões em notas fiscais. O estado, então, não tinha como cobrar e o lojista, que não aparecia na nota, ele sonegava os impostos”, ressalta Bruno Silva.
 

Notas Delivery
Durante as investigações, a polícia identificou como era a participação de comerciantes no esquema: “A loja que vendeu não aparecia na nota e aparecia o dado falso da empresa ‘noteira’, como se ela tivesse vendido. E essa empresa como era de nome de ‘laranja’ ou criada por documento falso, não recolhia nenhum imposto”. A polícia identificou que as notas fiscais falsas eram usadas para remeter e transportar mercadorias no estado e pelo país. A Associação Empresarial da Região da 44 (AER 44), por meio de nota, informou que a entidade "nunca compactuou com qualquer ilegalidade, respeita o trabalho da Polícia Civil e sendo comprovada a prática de qualquer ilicitude, que os envolvidos respondam conforme a lei". Em outro trecho, o comunicado cita que "a maior parte de práticas ilícitas, que às vezes ocorrem na região, são reflexos da ausência de fiscalização por parte da Prefeitura, permitindo que ambulantes atuem no polo comercial". As investigações identificaram também que o grupo criou taxas para fomentar a organização. “Inclusive, um estatuto para ter regras e a organização comandar realmente este crime na região”, pontuou o delegado. Bruno Silva antecipou que essa é a primeira fase, que teve como alvo os operadores das fraudes. “São pessoas que têm antecedentes criminais por tráfico, associação para o tráfico, passagem por presídios, inclusive, foi nesta experiência em presídios que eles reproduziram essas regras, esse estatuto, que aprenderam com facções criminosas, que são conhecidas por tráficos de drogas”, destacou.

Nota da Associação Empresarial da Região da 44 (AER 44):

A Região da Rua 44, segundo maior polo de moda do Brasil, em sua esmagadora maioria, sempre foi constituída por micro e pequenos empreendedores que sempre atuaram de forma honesta para garantir seu sustento. A Associação Empresarial da Região da Rua 44 (AER44), como uma entidade que nunca compactuou com qualquer ilegalidade, respeita o trabalho da Polícia Civil e, sendo comprovada a prática de qualquer ilicitude, que os envolvidos respondam conforme a lei. Em tempo, vale salientar que a maior parte de práticas ilícitas, que às vezes ocorrem na região, são reflexo da ausência de fiscalização por parte da Prefeitura, permitindo que ambulantes atuem no polo comercial, comercializando mercadorias de procedência não comprovada. A AER44, por meio de sua diretoria, entende ainda que não será o erro de alguns poucos que manchará a história de sucesso da nossa Região da 44.