Sábado, 23 de
Novembro de 2024
Direito & Justiça

Prevenção

O que o STF vai fazer caso Bolsonaro queira dar golpe com artigo 142?

Avaliação é de que o presidente pode tentar invocar o artigo 142 da Constituição

Foto: REUTERS/Adriano Machado
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STF vai derrubar o artigo 142 com base em duas decisões, se necessário; medida prevista na Constituição possui interpretação golpista entre os apoiadores de Bolsonaro

21 dezembro, 2022

O Supremo Tribunal Federal (STF) está preparado para barrar eventuais tentativas do presidente Jair Bolsonaro (PL) de convocar as Forças Armadas com o intuito de anular as eleições. Segundo informações da coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles, o mandatário passou a cogitar a invocação do artigo 142 da Constituição Federal, com base no argumento de que houve uma suposta parcialidade do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitora (TSE). O dispositivo é constantemente citado por bolsonaristas que clamam por intervenção militar, já que na visão deles, daria permissão para o Exército, Marinha e Aeronáutica atuarem como um “poder moderador”. Entre os juristas, é consenso de que não é assim que o artigo 142 funciona.

Qual será a postura do STF?
Caso seja necessário, a Corte vai agir rapidamente para derrubar o decreto com base em duas decisões do tribunal: A primeira, de 2020, é do ministro Luis Roberto Barroso e pontua que as Forças Armadas não podem atuar como moderadoras em caso de atrito entre os Poderes. A segunda, também de 2020, é do ministro Luiz Fux. O magistrado afirma que a missão das Forças Armadas tem poder limitado e que não devem ser consideradas as interpretações de que podem se intrometer no “independente funcionamento dos outros Poderes”. O atual presidente também pode responder criminalmente por tentar a ruptura institucional, apontam os magistrados.

Há chances de Bolsonaro tentar um golpe?
Embora o STF avalie que é possível que o mandatário tente invocar o artigo 142, a percepção é de que as Forças Armadas não darão apoio. Magistrados ponderam que até mesmo o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, não é favorável à ruptura institucional. Da parte dos aliados de Bolsonaro, há uma divisão entre os que acreditam ser o correto investir em uma nova ofensiva para contestar o resultado das eleições e os que o incentivam a focar nas eleições de 2026. Valdemar Costa Neto, presidente do PL, é um dos que aconselham o presidente a desistir de novos conflitos e se preparar para ser o líder da oposição a Lula.