Esposa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Michelle perdeu uma ação que havia aberto contra a revista IstoÉ. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) rejeitou o recurso apresentado pela primeira-dama, acusando que o veículo a retratou de forma machista em uma reportagem de fevereiro do ano passado. As informações são da coluna de Rogério Gentile, no UOL. Segundo o texto, Michelle cobrava R$ 100 mil além de retratações públicas da revista pela matéria “O esforço de Bolsonaro para vigiar a mulher de perto”, que, no entendimento da primeira-dama, insinuava um caso extraconjugal dela com o então ministro da Cidadania Osmar Terra. "(Os jornalistas) pautaram-se em informações mentirosas sobre suposto desconforto no casamento e construíram uma plêiade de conteúdo raso para disseminar a ideia de que a primeira-dama teria sido infiel a seu marido", disse o advogado de Michelle, Fabio Kadi, à Justiça. “Nitidamente se portaram de maneira machista, como se a primeira-dama fosse um objeto ou coisa a ser 'vigiada' por alguém", declara o Advogado. A revista defendeu-se, alegando que não publicou nenhuma “inverdade” ou fez “qualquer insinuação de caso extraconjugal”. Afirmou apenas ter narrado “questão pessoal da primeira-dama e do seu marido que tinham repercussão política e interesse público dadas as movimentações realizadas pelo presidente Bolsonaro na troca do ministro da Cidadania".
Justiça considera reportagem inofensiva
Relator do processo no TJ-SP, o desembargador J.B. Lima considerou que a reportagem, de fato, não foi ofensiva. "Na posição que ocupa, (Michelle) está permanentemente sujeita a ter a vida esmiuçada porque suas atividades são, em geral, de interesse público, até porque muitas vezes são pagas com dinheiro público", definiu. Por conta da decisão, o Tribunal determinou, ainda, que Michelle pague R$ 15 mil em honorários à advogada da revista, Lucimara Ferro Melhado. A primeira-dama, porém, pode recorrer.