Curitiba (PR) - x-presidente Luiz Inácio Lula da Silva virou réu pela quarta vez pela Operação Lava Jato no Paraná. O juiz Luiz Antonio Bonat recebeu denúncia do MPF (Ministério Público Federal) contra o líder petista e mais quatro pessoas por lavagem dinheiro na Petrobras. A denúncia, protocolada em setembro, se baseou em depoimentos do ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht, e Alexandrino Ramos de Alencar, ex-executivo da construtora. No despacho, o juiz afirma que, além dos colaboradores, a denúncia se baseia em "mensagens eletrônicas" de um notebook apreendido com Marcelo Odebrecht. Segundo o texto, as mensagens fazem menção, "em linguagem cifrada", a valores que "seriam descontados da conta corrente de propinas e remetidos ao Instituto Lula" entre 2011 e 2013. O ex-presidente, segundo o MPF, é acusado de usar o Instituto Lula para lavar R$ 4 milhões doados pela Odebrecht entre dezembro de 2013 e março de 2014. Os valores, feitos formalmente por doações legais, foram repassados em quatro operações de R$ 1 milhão cada uma e tiveram como origem contratos fraudados da Petrobras. Lula, para o MPF, era "comandante e principal beneficiário do esquema de corrupção que também favorecia as empreiteiras cartelizadas", como a Odebrecht. Os outros réus no processo são Palocci, Paulo Okamotto (presidente do Instituto Lula,), e dois ex-executivos da Odebrecht: Alexandrino e Hilberto Mascarenhas da Silva Filho. A ação afirma que Lula "teria dado aval para que importantes diretores da Petrobras fossem nomeados para atender aos interesses de arrecadação de propinas em favor dele próprio e de outros integrantes do PT, PP e PMDB, com o envolvimento de outros funcionários públicos de elevado status na administração pública". De acordo com o MPF, Lula tinha ciência e participava do sistema de "cobrança sistemática de propinas" que envolvia os partidos citados, a Petrobras e a Odebrecht. A denúncia ainda afirma que Palocci teria atuado na arrecadação e no gerenciamento de propina para o PT. Esta é quarta vez que o ex-presidente vira réu pela Operação Lava Jato no Paraná. O primeiro processo, apresentado em dezembro de 2016 e que circula em segunda instância, acusa o ex-presidente de corrupção e lavagem de dinheiro relacionadas à compra pela Odebrecht de um terreno que seria destinado ao instituto e pode prescrever. Nos outros dois, casos do tríplex no Guarujá e do sítio em Atibaia, o ex-presidente foi condenado. Em todos os casos, Lula se diz inocente. Em 2017, tanto o ex-presidente quanto Okamotto foram inocentados pelo ex-juiz Sergio Moro da acusação de lavagem de dinheiro ligada ao instituto que preside, relacionada ao pagamento das despesas, pagas pela construtora OAS, de armazenamento do acervo do ex-presidente. Em resposta ao portal UOL, A defesa do ex-presidente Lula alegou que o processo é "mais um ato de perseguição contra o ex-presidente Lula porque aceitou processar mais uma ação penal descabida". "A mesma decisão desconsidera que Lula já foi definitivamente absolvido pela Justiça Federal de Brasília da absurda acusação de integrar de uma organização criminosa, assim como desconsidera decisão do Supremo Tribunal Federal que retirou da Justiça Federal de Curitiba a competência para analisar o assunto", declarou o advogado Cristiano Zanin Martins. Alexandre Wunderlich, advogado de Alexandrino, declarou que "é fato público que as empresas do grupo Odebrecht assinaram acordo de leniência e diversos de seus executivos estão trabalhando pelo interesse público e colaborando com a Justiça".
Fontes: UOL / Yahoo Notícias / www.poptvnews.com.br