A Justiça mandou prender preventivamente seis policiais militares acusados de matar o jovem Lucas Eduardo de Lima Dutra, em Anápolis, a 55km de Goiânia. Conforme a denúncia do Ministério Público, fotos do cadáver mostraram marcas nos punhos, que indicaram que ele estava algemado no momento em que foi morto. Segundo a denúncia do MP, o laudo do cadáver indicou também que a parte de cima do corpo estava flexionada para trás no momento da morte, o que também aponta que ele estava algemado e foi executado. O jovem foi morto em maio deste ano. O g1 entrou em contato com a Polícia Militar, por volta das 9h50 desta quinta-feira (7/9), para pedir um posicionamento. No entanto, não houve retorno até a última atualização desta reportagem.
Policiais acusados são:
Denilson de Oliveira Custódio, 47 anos
Thiago Marcelino Machado, 36 anos
Isac Fernando Bastos, 27 anos
Errolflyn Ferreira Guimarães, 32 anos
Johnathan Ribeiro de Araújo, 33 anos
Regis Aires Ribeiro, 34 anos
A denúncia também apontou que os seis teriam cometido fraude processual após executar a vítima, lançando no sistema de registro de ocorrências policiais uma versão alterada dos fatos.
Versão dos policiais
Segundo a versão dos acusados, a Polícia Militar estava à procura de um homem que roubou um celular, quando receberam informações de que Lucas Eduardo seria o autor do crime. Então eles foram até a casa dele, na Rua Rio Amazonas, Vila Operária, em Anápolis (GO). Conforme a narrativa dos policiais, por volta de 22h eles souberam que o jovem estava escondido na casa e, em seguida, ele teria pulado o muro e se escondido em uma mata. Ao realizarem buscas na mata, que fica na lateral do imóvel, os policiais disseram que foram recebidos por disparos de arma de fogo e revidaram a “injusta agressão”. De acordo com os militares, o jovem foi atingido durante o confronto e o socorro médico foi acionado.
Denúncia
O MP apontou que diversas testemunhas foram ouvidas e narraram detalhes diferentes, que divergiram da versão contada pelos policiais. O laudo cadavérico de Lucas Eduardo de Lima Dutra apontou que, além da posição felexionada para trás, os trajetos dos projéteis no cadáver, em especial os que atingiram o pescoço, estavam no sentido de cima para baixo, incompatível com a situação de confronto descrita pelos policiais ao perito de local e aos policiais civis que ali estiveram. Os militares foram afastados das ruas após o inquérito policial ter sido instaurado.