Palmas (TO) - O juiz Roniclay Alves de Morais, da 1ª Vara da Fazenda e Registros Públicos de Palmas, mandou a Corregedoria da Polícia Civil suspender uma sindicância contra dois delegados que participaram de uma investigação sobre desvios de dinheiro público no Governo do Tocantins. Evaldo de Oliveira e Guilherme Rocha foram alvo da Corregedoria por supostamente 'trabalhar mal' na operação. O juiz entendeu que se trata de uma tentativa de intimidação.
"Antes, porém, necessário pontuar que o cancro feroz da corrupção poderá ser aplacado apenas com instituições fortes e independentes. Infelizmente, o que se tem observado atualmente são medidas diametralmente apostas que visam apenas desestimular e intimidar aqueles que buscam cumprir o seu mister com independência e retidão", escreveu Ele.
Morais disse ainda que "o processo de sindicância não observou os princípios constitucionais da legalidade e da imparcialidade que regem a administração pública, porquanto não ficou comprovada a conduta dos impetrantes de “trabalhar mal”, haja vista que, a priori, os mesmo atuaram em estrito cumprimento do dever legal". Procurada, a SSP disse que ainda não foi notificada e que quando for irá responder aos questionamentos nos autos. Perguntada sobre a afirmação do juiz de que parece haver tentativa de intimidação contra os delegados, a secretaria disse apenas que não comenta decisões judiciais. O delegado Guilherme Rocha ainda responde a outra sindicância, essa por dar uma entrevista a respeito da mesma operação.
Investigação
A investigação em questão era sobre desvios em obras de pavimentação asfáltica no estado. Os contratos era da Agência Tocantinense de Obras (Ageto) e começaram a ser investigados em 2019. O procedimento é parte da Operação Via Avaritia, que também apurou contratos de reforma e manutenção de prédios, incluindo a futura residência oficial do governador Mauro Carlesse (DEM). Na época, um empreiteiro chegou a ser preso e depois acabou tendo a prisão revogada. A mesma investigação também tinha levado a prisão do ex-superintendente da Ageto, Geraldo Pereira da Silva Filho, e da filha dele alguns meses antes. A fraude estaria na composição do asfalto aplicado, que não incluía todos os componentes exigidos no contrato, deixando o produto mais barato e sem a qualidade esperada.
Fontes: G1 Tocantins / www.poptvnews.com.br