Sábado, 23 de
Novembro de 2024
Direito & Justiça

Prisão

Funcionária de confecção é presa suspeita de desviar quase R$ 1 milhão de empresa

Defesa alega que suspeita tem vício em jogo e está em processo de interdição. Investigação apontou que a mulher 'maquiava' os desvios por meio da alteração dos destinatários das movimentações

Foto: Divulgação/Polícia Civil
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Juliana Lopes Campos é suspeita de desviar quase R$1 milhão de empresa em Pontalina — Goiás

18 abril, 2024

A Polícia Civil de Goiás (PC-GO) divulgou que Juliana Lopes Campos, funcionária de uma confecção, foi presa suspeita de desviar quase R$ 1 milhão de uma empresa em Pontalina, no sul do estado. Segundo a delegada Tereza Nabarro, a mulher foi detida em Uberlândia, em Minas Gerais. Ao g1, a delegada informou que Juliana estava na casa de um parente quando foi presa na noite da última quarta-feira (17/4), e deve ser encaminhada para Goiás nos próximos dias. À polícia, a suspeita alegou ser inimputável, segundo Tereza Nabarro. Anteriormente, à TV Anhanguera, a defesa de Juliana Lopes Campos informou que ela tem vício em jogo. A advogada Judy Almeida alegou que a própria família da suspeita avisou o que estava acontecendo à empresa e a mulher está em processo de interdição. “Somente um tempo depois, a família descobriu o que estava acontecendo e descobriu que a senhora Juliana estava com vício em jogo, que é um transtorno reconhecido pela classificação internacional de doenças, como jogo patológico”, explicou.

Contratação
A funcionária foi a primeira colaboradora contratada na unidade, segundo o proprietário. À TV Anhanguera, Yuri Guimarães demonstrou choque ao falar sobre a suspeita do crime em Pontalina, no sul do estado. “Foi nossa primeira funcionária na cidade quando a gente migrou a empresa pra cá, todo mundo na empresa ficou extremamente assustado, ninguém esperava isso”, contou.

Desvios
Segundo a delegada Tereza Nabarro, da Polícia Civil, Juliana Lopes Campos, de 30 anos, 'maquiava' os desvios alterando os destinatários das movimentações. "A autora realizava transações fraudulentas alterando apenas o nome do destinatário, mas os valores eram destinados à sua própria conta. Esses valores eram transferidos para ela, sempre com uma transferência maior e uma devolução menor, para mascarar ainda mais seus movimentos fraudulentos", afirma Tereza Nabarro. A gerência da empresa disse à polícia que confiava em Juliana, já que ela trabalhava no local há muitos anos. Também disse que começou a desconfiar da funcionária ao perceber que estava constantemente "sem dinheiro em caixa" e ao descobrir que Juliana tinha uma dívida de mais de R$ 300 mil. "A vítima relatou que sua funcionária Juliana trabalhava na empresa de confecção há vários anos no setor financeiro e, por isso, ela tinha total confiança desses empregadores. E começou a desconfiar após ter conhecimento de que ela possuía uma dívida de mais de R$ 300 mil na cidade", relatou a delegada. Tereza Nabarro informou que devido às desconfianças, a empresária decidiu conferir o balanço contábil, oportunidade em que descobriu que a suspeita estava retirando cerca de R$ 60 mil por mês e recebendo, ao todo, quase R$ 800 mil. Segundo a Polícia Civil, a equipe analisou o histórico das transações e concluiu que os desvios foram se tornando cada vez mais frequentes e progressivos, de forma que se chegou ao montante de R$ 991.031,79. Para conferir certa naturalidade para o balanço, Juliana também realizava operações de crédito, de modo que o valor total desviado, conforme apuração da própria empresa de confecção, atinge o valor de R$ 778.082,30.Tereza Nabarro disse que após as investigações ocorreu a quebra de sigilo financeiro, medidas constritivas patrimoniais em desfavor da investigada e a representação pela prisão preventiva de Juliana na terça-feira (16/4). "A equipe da Polícia Civil tentou localizá-la, inclusive diligenciando os endereços indicados. Também entrou em contato com os advogados que sabiam a sua localização, mas preferiram não apresentá-la naquele momento. Em razão disso, foram expedidos os mandados e a sua imagem como pessoa foragida, devido ao risco concreto de fuga e também de que ela continue a ocultação de patrimônio", finalizou a delegada.