Sábado, 23 de
Novembro de 2024
Direito & Justiça

Condenação

Ex-prefeito e ex-secretários de Firminópolis (GO) são condenados por usarem escola para festa de família

Segundo a denúncia, servidores e mais de 100 pessoas estiveram na festa e alguns até dormiram na escola. Justiça acatou pedido feito pelo Ministério Público de Goiás

Foto: Divulgação/MP-GO
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Escola pública onde aconteceu festa de família em Firminópolis - Goiás

24 setembro, 2022

Um ex-prefeito e ex-secretários de Firminópolis, na região central de Goiás, foram condenados por improbidade administrativa por usarem uma escola pública para fazer uma festa de família em 2017. A Justiça acatou o pedido feito pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) contra os seguintes ex-servidores:

Ex-prefeito: Jorge José de Souza
Ex-secretário de administração: Gilson José de Mesquita
Ex-secretária de educação e cultura: Joana D´Arc Falone Nunes.

Até a última atualização desta reportagem, o g1 não conseguiu localizar o contato das defesas dos citados para que se posicionassem diante do caso. Segundo o Ministério Público, em julho de 2017, quando os três ocupavam os cargos, Joana deu autorização para que Levino, cunhado do então secretário de administração, fizesse uma festa particular da família Constantino Moreira e Faria nas dependências da Escola Municipal em Tempo Integral Célia Ricardo Domingues de Araújo. Conforme a denúncia, mais de 100 pessoas se reuniram no local, algumas, inclusive, dormiram por lá. O promotor de Justiça Ricardo Lemos Guerra explicou que, após ouvir várias testemunhas, ficou claro que Gilson Mesquita, além de participar da festa, contribuiu com sua realização, fazendo até mesmo o pagamento da decoração. As investigações apontaram que o ex-prefeito Jorge de Souza também participou do segundo dia da festa, tendo, portanto, conhecimento do ilícito que estava sendo praticado. Apesar disso, não tomou nenhuma medida cabível para acabar com o ato. À época, a diretora da escola foi ouvida e contou que a ordem para liberação do espaço para a festa partiu da própria ex-secretária de educação. Ao ser questionado, Joana Falone disse que não houve má-fé em seu ato, nem prejuízos ou desobediência, mas sim, segundo ela, falta de conhecimento de sua parte sobre os impedimentos legais. Além da condenação, a Justiça aplicou uma multa de três vezes o valor do salário que eles ganhavam à época. Na visão do promotor, a má-fé está clara, já que os réus autorizaram o uso do espaço público para fim particular e omitiram os fatos.