Quinta-feira, 21 de
Novembro de 2024
Direito & Justiça

Fraude

Empresária desvia R$ 35 milhões de empresas

Segundo a Polícia Civil, a mulher de 40 anos chegou a "torrar R$ 500 mil por mês" e estava prestes a deixar o Brasil

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Samira Bacha está presa por suspeita de desviar R$ 35 milhões

27 junho, 2024

A empresária Samira Monti Bacha Rodrigues foi presa  quarta-feira (26/6), em Nova Lima, na Grande Belo Horizonte (MG)  por suspeita de desviar R$ 35 milhões de três empresas e lavar o dinheiro em joias, bolsas, relógios, entre outros artigos de luxo. Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, a mulher de 40 anos chegou a "torrar R$ 500 mil por mês" e estava prestes a deixar o Brasil. Samira foi detida em seu apartamento de luxo, avaliado em cerca de R$ 6 milhões. Além disso, a Polícia Civil cumpriu outros dez mandados de prisão contra suspeitos de participar do esquema. 

Como funcionava o esquema
O delegado Alex Machado, da Polícia Civil de Minas Gerais, contou que Samira Rodrigues começou o esquema em 2020, quando foi convidada por um amigo a trabalhar como sócia numa empresa de cartão de créditos de benefícios.  "Ela começou aumentando o crédito que tem no cartão. Cada cartão tem um limite para fazer compra, e ela percebeu que podia aumentar o limite, gastar o cartão. Depois, ela mesma apagava, tirava a dívida do sistema", explicou o delegado, em entrevista coletiva. Segundo o titular da delegacia especializada no combate a crimes tributários, Samira cooptava funcionários da empresa de cartões de benefícios e os fazia maquiar planilhas. Em seguida, a empresária passou a trabalhar para uma empresa do mesmo grupo, mas especializada em cartões para a classe médica. "Ela começou a aumentar os limites mais ainda, cooptar novas pessoas e descobriu, nesse momento, que poderia pegar o valor dos cartões e descarregar, procurar agiotas que passam o cartão, cobram uma taxa e devolvem uma parte. Quando ela descobriu isso, passou o cartão dela, da empresa, para R$ 500 mil. Ela passa a torrar R$ 500 mil por mês e manda apagar dos sistema essa dívida", detalhou Machado. O delegado contou que, depois, Samira ainda migrou para uma terceira empresa deste grupo, que trabalhava com antecipação de recebíveis. "São empresas que têm R$ 10 milhões, R$ 20 milhões para receber. Ela começou a simular operações, como se alguém tivesse pedindo esses valores, e esses valores eram liberados e caíam direto na conta bancária dela", acrescentou Machado.

Lavagem de dinheiro
Segundo o responsável pelo caso, Samira "já estava se preparando para ir embora, sumir com tudo que pudesse". O delegado, porém, contou que a empresária  "foi descoberta por um funcionário". Antes de ser presa, Samira lavou dinheiro com artigos de luxo. Machado conta que a mulher chegou a viajar para Dubai, gastando US$ 148 mil em joias. Ela ainda é suspeita de lavar dinheiro em uma joalheria de Nova Lima.  A Polícia Civil apreendeu cerca de R$ 15 milhões em bens. Dos 11 presos, cinco foram liberados.