Goiânia (GO) - A Guarda Civil Metropolitana (GCM) afastou das ruas os servidores que participaram de uma abordagem a uma ambulante e ao filho adolescente que terminou com os dois sendo atingidos por spray de pimenta no Parque Mutirama, em Goiânia. A Corregedoria vai investigar toda a abordagem, que foi filmada, para definir se houve excesso ou abuso de autoridade. A abordagem aconteceu domingo (19/9). Os guardas foram atender uma denúncia de que a barraca de espetinho em que mãe e filho, de 16 anos, trabalhavam estaria irregular no local. Durante a fiscalização, começou uma discussão. Um vídeo mostra quando um dos GCMs puxa o adolescente pela camiseta e o coloca no chão, enquanto a mãe tenta protegê-lo entrando no meio (veja acima). O rapaz é atingido nos olhos por spray de pimenta disparado por um guarda. O rapaz está de pé quando é atingido pela primeira vez e se joga no chão, gritando de dor. Enquanto isso, a irmã grita: “Aqui, gente! Socorro! Socorro!”. Neste momento é que a mãe do adolescente vai ao chão para ajudá-lo, e o GCM joga o segundo jato. A Guarda Civil informou que não compactua com situações de abuso de autoridade. “Caso comprove-se irregularidades na ação dos servidores, eles serão exemplarmente punidos dentro do previsto do Código de Ética e do Regimento Interno da GCM”. “Os agentes já foram retirados do serviço operação e encaminhados para a área administrativa da corporação”, diz a nota da guarda.
A GCM disse ainda que foi instaurado um processo na Corregedoria após a repercussão da abordagem à mãe e filho. O objetivo é “o esclarecimento da ocorrência”.
Relato
No dia da confusão, a guarda disse que o adolescente se recusou a se identificar, se recusou a aceitar a abordagem e tentou subtrair a arma do guarda”. Por isso, segundo a corporação, o uso do spray foi necessário como forma de “alerta”. Indignados com a atitude dos guardas, os responsáveis pela barraquinha e parentes do adolescente disseram que, em momento algum, o rapaz tentou pegar a arma do GCM e que estava com as mãos para trás quando foi atingido pelo spray. O adolescente foi levado para a Central de Flagrantes de Goiânia, ficou apreendido até por volta de 20h e foi liberado. Foi feito um boletim circunstanciado de ocorrência pela ato infracional análogo ao crime de desobediência, sem necessidade de pagamento de fiança. Sobre a ação dos guardas, a investigação será feita apenas pela Corregedoria da GCM.
Da Redação
O que a sociedade tem visto e sofrido constantemente são os excessos dos agentes das Guardas Civis Metropolitanas de Goiânia e de Aparecida de Goiania (GO). São várias pessoas - cidadaõs, cidadãs e jovens - que sofrem ou que sofreram nas ruas e em seus ambientes de trabalhos tapas, coronhadas, humilhações e jatos de spray de pimenta nos olhos. Em Aparecida de Goiânia, um destes tais agentes, assassinou um homem e ninguém sabe até agora se este homicida foi julgado e condenado exemplarmente. Olho no olho: somente o dicurso a corregedoria vai investigar se houve ou não excessos durante a ação, não é o suficiente: Com a palavra o Ministério Publico de Goiás (MP-GO) e a Ordem dos Advogados - Seccional Goiás. (OAB-GO).