A drogaria Santa Marta, que está há quase 50 anos no mercado, desativou 18 lojas e demitiu 350 funcionários em Goiás e no Distrito Federal. A empresa informou que entrou com pedido de recuperação judicial na quarta-feira (15/3). Ex-colaboradores chegaram a fazer manifestação em Goiânia após as demissões, alegando que não receberam pagamento de verbas rescisórias. Apesar disso, a empresa disse que os direitos dos demitidos estão assegurados. A Santa Marta informou que outras 45 lojas seguem em funcionamento, em Goiás e no DF, e que 540 colaboradores serão mantidos empregados. As primeiras demissões dos funcionários aconteceram no dia 1º de março. O processo de recuperação judicial da Santa Marta Distribuidora de Drogas Ltda foi protocolado no fórum da comarca de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, cidade onde fica a sede administrativa da empresa. A empresa justificou que a crise se deu após a pandemia, que gerou “grandes desafios” aos varejistas no Brasil e disse ainda que buscou “incessantemente soluções para contornarmos o déficit de capital de giro e os constantes cortes de créditos junto a fornecedores estratégicos”, mas que “a única saída plausível” foi entrar com o pedido de recuperação judicial. A Santa Marta disse que já elaborou todo o plano de operação e, nos próximos 90 dias, concluirá toda a reestruturação. Sobre as demissões dos funcionários, a empresa disse que disponibilizou os telefones (62) 3239-4137 e 3239-4296, para esclarecimento de qualquer dúvida. Em breve, esperamos retomar o crescimento, e para tanto a empresa já elaborou todo o plano de operação com o tamanho e formato que deverá passar a operar. A expectativa é de que nos próximos 90 dias seja concluída toda a reestruturação”, escreveu a nota da Santa Marta.
Manifestação de ex-funcionários
Uma farmacêutica, que preferiu não se identificar, contou ao g1 que a empresa não tem depositado o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) há mais de 10 meses. Além disso, ela falou que não recebeu o pagamento das verbas rescisórias. “A gente teme que não paguem as verbas rescisórias”, disse a farmacêutica. O Sindicato dos Farmacêuticos de Goiás (Sinfargo) disse que quase 30 farmacêuticos demitidos da Santa Marta no começo deste mês não receberam o pagamento das verbas rescisórias. A entidade informou que tem recebido diversas denúncias de irregularidades trabalhistas desde o ano passado, porém, nos últimos dias a empresa iniciou uma demissão em massa e “se recusou” a pagar rescisões de quase 300 funcionários.
Direitos trabalhistas assegurados, diz empresa
A Santa Marta disse que os direitos trabalhistas dos ex-funcionários estão assegurados e que nenhum ex-colaborador deixará de receber seus direitos trabalhistas. “Todos os colaboradores desligados da empresa estão com os salários pagos em dia. Porém, infelizmente, as verbas rescisórias ainda não foram quitadas. Estes valores estão inseridos no processo de recuperação judicial, que prioriza o pagamento de verbas trabalhistas e deverá acontecer em um prazo máximo de 180 dias, após o protocolo do pedido”, explicou a nota. A rede de drogarias disse ainda que já pediu aos sindicatos a homologação das rescisões trabalhistas para todos receberem o saldo de FGTS depositados em suas respectivas contas e poderem também dar entrada no seguro desemprego com maior celeridade.