O aplicativo Instagram, do grupo Meta, é o mais citado em boletins de ocorrência envolvendo crimes em redes sociais no Distrito Federal, em 2023. Dados obtidos pela reportagem por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) mostram que, dentre os mais de 17 mil casos registrados pela Polícia Civil do DF neste ano, a rede social de fotos aparece em 11.569 boletins. O g1 questionou a rede social, no entanto, até a publicação desta reportagem o Instagram não havia se manifestado. O delegado-chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), Giancarlos Zuliani, explica que os crimes mais comuns incluem invasão de contas para estelionato e extorsões, crimes contra a honra e stalking. "Outra ocorrência muito comum é a criação de perfis em nome da vítima. O criminoso fala como se fosse a vítima em um perfil falso, começa a ofender pessoas, colegas de trabalho ou, no caso de políticos, adotar posições que o verdadeiro usuário jamais utilizaria. Então, nesse caso, a rede é utilizada para o crime de falsa identidade", diz Zuliani.
Outras redes sociais
Em comparação com 2021, o número de boletins de ocorrência citando o Instagram cresceu 88%. Naquele ano, a rede apareceu em 6.124 registros.
Veja as outras redes sociais citadas nos Boletins de Ocorrência da Polícia Civil do DF:
Em segundo lugar com maior número de citações em ocorrências em 2023, aparece o Facebook, com 6.024 registros;
O TikTok, apesar de ser uma rede recente, teve um aumento de 67% nas citações entre 2022 (128 ocorrências) e 2023 (214 ocorrências);
Em cinco anos, a PCDF registrou mais de 60 mil ocorrências de crimes digitais em que as redes sociais Instagram, TikTok e Facebook foram citadas. Segundo a PCDF, não é possível monitorar as denúncias em relação ao WhatsApp, já que a rede é uma das formas de comunicação entre a polícia e os envolvidos. Por isso, não há como saber se a rede social foi incluída no histórico por fazer parte da ocorrência, ou se apenas foi incluída para ser usada como forma de contato na investigação.
'Epidemia de fraudes'
Para o especialista Thiago Tavares, presidente da Safernet Brasil, ONG de proteção dos direitos humanos no ambiente digital, os números não surpreendem. Segundo ele, houve uma "epidemia de fraudes" durante e após a pandemia de Covid-19. "A SaferNet está apoiando uma campanha da Meta para conscientizar os usuários da plataforma e disseminar dicas e boas práticas de segurança que, se implementadas, pode prevenir a maioria dos golpes", diz Tavares.
Veja, a seguir, algumas dicas da ONG para evitar ser vítima de crimes nas redes sociais:
Configure a verificação em duas etapas 📲
Não repasse códigos de autenticação ⚠️
Ignore mensagens com código de autenticação caso você não o tenha solicitado 🙅
Fique atento a indícios de que uma conta de alguém conhecido tenha sido clonada. Se desconfiar de algo, entre em contato com a pessoa, usando outros meios, como telefone ou videochamada 🤳
Evite escanear códigos QR de sites que você não conheça ❌
Ao criar suas senhas, não use dados pessoais, sequências de teclado, palavras de listas publicamente conhecidas, nem dados relativos ao serviço ou equipamento em que elas serão usadas ⚠️
Use senhas longas compostas de números aleatórios e diferentes tipos de caracteres 🔣
Não compartilhe a sua senha com outra pessoa 🤐
Certifique-se de não estar sendo observado ao digitar a sua senha 👀
Evite reutilizar suas senhas. Crie senhas novas para cada serviço/plataforma e use um gerenciador de senhas 📱