Após três dias de julgamento, o júri condenou quatro dos cinco acusados de planejarem e executarem o homicídio do radialista Valério Luiz, em Goiânia. Os promotores que atuaram no caso falaram na quinta-feira (10/11) sobre a absolvição de Djalma da Silva e a possibilidade de recurso para aumento das penas dos condenados. O promotor Sebastião Marcos Martins afirmou que a absolvição de Djalma da Silva será contestada. "A gente vai apresentar um recurso para que ele [Djalma da Silva] possa ser novamente submetido a um julgamento”, disse. Djalma da Silva recebeu dos jurados quatro votos para absolvição e três para a condenação. O promotor destacou a insatisfação com o resultado. “Ontem chegamos a um julgamento que não nos atendeu no total porque houve uma absolvição em uma situação que a gente pleiteou uma condenação”, disse. Sobre as penas aplicadas a Maurício Sampaio, Urbano Malta, Ademá Figueredo e Marcus Vinícius Xavier, a promotoria afirmou que vai analisar a possibilidade de pedir aumento de pena. “São muitos detalhes para cada réu, temos que ter acesso a sentença. A gente vai parar e olhar com calma para decidir se é o caso ou não de recorrer”, disse. O advogado Valério Luiz Filho afirmou que condenação foi um "verdadeiro milagre" e agradeceu os promotores. "Foi uma vitória extraordinária dado como as coisas estavam em 2012, o que aconteceu ontem foi um verdadeiro milagre, algo que ninguém sonhava que poderia acontecer. Fizeram aquilo para saber quem eram, só não esperavam que fossem ser formalmente responsabilizados", disse.
Confira a condenação:
Maurício Sampaio, apontado como mandante: condenado a 16 anos de reclusão;
Urbano de Carvalho Malta, acusado de contratar o policial militar Ademá Figueredo para cometer o homicídio: condenado a 14 anos de reclusão;
Ademá Figueredo Aguiar Filho, apontado como autor dos disparos: condenado a 16 anos de reclusão;
Marcus Vinícius Pereira Xavier, que teria ajudado os demais a planejar o homicídio: condenado a 14 anos de reclusão.
Extradição
A promotoria também falou sobre a prisão de Marcus Vinícius Pereira Xavier, que está em Portugal e foi condenado a 14 anos de reclusão. Segundo a promotora Renata Sousa, ainda não há informações se ele será extraditado. “Não sabemos qual a situação dele em Portugal, se ele tem cidadania ou não. É um tratamento que foge aqui ao Poder Judiciário”, disse Renata Sousa. “Não sabemos se ele vai cumprir pena lá ou se ele vem para cá”, completou. Sobre a prisão, Renata afirmou que a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) já foi notificada, mas que o processo é lento. “Já foi encaminhado para a Interpol poder buscar ele, realizar a prisão”. disse. “É um procedimento lento”, completou. Os promotores que atuaram no caso foram: José Carlos Miranda Nery Júnior, Maurício Gonçalves de Camargos, Sebastião Marcos Martins e Renata de Oliveira Marinho e Sousa.