Domingo, 24 de
Novembro de 2024
Direito & Justiça

Julgamento

Advogada acusada de matar ex-sogro e a mãe dele vai a júri popular

Amanda Partata está presa preventivamente desde o dia 20 de dezembro de 2023

Foto: Reprodução/Redes Sociais
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Amanda Partata é suspeita de envenenar homem e mulher em Goiás

26 agosto, 2024

A advogada Amanda Partata irá a júri popular, conforme decisão expedida pela Justiça nesta segunda-feira (26/8). Ela é acusada de matar o ex-sogro Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e a mãe dele, Luzia Alves, de 86, envenenando-os com bolos de pote, , em Goiânia. Além disso, Amanda também teria oferecido os alimentos com veneno a outros familiares do ex-namorado.

Veja abaixo os crimes dos quais Amanda é acusada:

Homicídio consumado triplamente qualificado (pelo motivo torpe, emprego de veneno e dissimulação) contra Leonardo Pereira Alves, pai do ex-namorado de Amanda. Homicídio consumado triplamente qualificado (pelo motivo torpe, emprego de veneno e dissimulação) e agravado pela idade contra Luzia Alves, avó do ex-namorado de Amanda. Homicídio tentado duplamente qualificado (pelo motivo torpe e pelo emprego de veneno) praticado contra o tio do ex-namorado de Amanda. Homicídio tentado duplamente qualificado (pelo motivo torpe e pelo emprego de veneno) e agravado pela idade da vítima contra o avô do ex-namorado de Amanda.

Conforme a decisão da Justiça, a ré deve permanecer em prisão preventiva, sem possibilidade de substituição por medida cautelar. Amanda Partata está presa desde 20 de dezembro de 2023. A defesa de Amanda Partata afirmou que, assim que tiver acesso ao conteúdo, se manifestará. Quando ela se tornou ré, os advogados disseram que "em razão da complexidade das imputações" se pronunciariam somente em juízo (nota completa ao final da reportagem). Quando foi presa, a mulher negou ter cometido o crime. Em abril deste ano, a advogada foi suspensa dos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Goiás (OAB-GO), o que levou à sua transferência da Casa do Albergado, onde estava detida, para a Casa de Prisão Provisória, em Aparecida de Goiânia. Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, era ex-servidor da Polícia Civil e conhecido como Leozão. A mãe dele, Luzia Tereza Alves, de 86 anos, também morreu vítima do envenenamento. Segundo a polícia, a idosa era cadeirante e tinha Alzheimer. O crime teria sido motivado pelo sentimento de rejeição que Amanda sentiu após o fim do relacionamento com o filho de Leonardo.

Consciência dos atos
Um exame de insanidade mental constatou que Amanda tinha plena consciência do que estava fazendo quando ofereceu alimentos contaminados às vítimas. O laudo, obtido com exclusividade pela TV Anhanguera, destacou ainda que Amanda “claramente” agiu de forma organizada e planejada para praticar o crime. “Nosso entendimento é que a periciada (Amanda) era plenamente capaz de se determinar sobre seus atos. (...) Em seus atos, claramente, podemos observar características de planejamento, premeditação e os cuidados para que sua intenção de cometer o ato ilícito não fosse descoberto”, dizem trechos do laudo.
A realização do exame foi um pedido da defesa de Amanda, ao qual a Justiça aceitou no início do mês de abril. A avaliação foi feita pela junta médica do Tribunal de Justiça de Goiás. Além de entrevistar Amanda, os médicos também ouviram a mãe dela, para entender como era o comportamento da advogada desde a infância.

Saudades
No dia 17 de junho, o caso completou seis meses. A médica Maria Paula Pereira, usou as redes sociais para desabafar as saudades que sente do pai, Leonardo Pereira. Ela afirma ter recebido mensagens de mais de 200 pessoas que relataram boas ações do pai. “Queria muito que esse tipo de contagem existisse depois que o senhor tivesse entrado comigo na igreja, conhecido seus netos; (...) depois da gente viajar à Tailândia como sempre sonhamos. Tenho certeza que agora é um anjo e continua tudo aquilo de bom que sempre fez. O senhor faz falta”, lamentou a jovem.

Íntegra nota defesa Amanda Partata
"Os advogados que representam a Senhora Amanda P. Mortoza informam que tomaram conhecimento há pouco, pela imprensa, do oferecimento da denúncia pelo Ministério Público do Estado de Goiás. Em razão da complexidade das imputações e, para que não se trave um debate público quanto a argumentos que devem ser tratados no âmbito do devido processo legal, comunicamos que somente nos manifestaremos em juízo".