A Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot) participou nessa segunda-feira (10/7) da abertura da Caravana Participativa do Plano Juventude Negra Viva (PJNV) em Palmas (TO) ao lado de representantes da sociedade civil organizada e outros órgãos do Governo do Tocantins. A secretária Narubia Werreria discursou sobre a voz de cada pessoa importar e ser valiosa em momentos de construção e monitoramento de políticas públicas. “Essa é a primeira liberdade que a gente sonha, em alto e bom som, a de falar, mesmo que a gente saiba que não terá uma imediata ação, mas saber dessa potência e utilizá-la é o início”.
População negra minorizada
A secretária ainda chamou atenção de que “a população negra não é minoria, é minorizada. No Brasil e no Tocantins, a população negra é maioria absoluta”, a qual tem sua história marcada pela escravização e genocídio, que atualmente permanece sofrendo com diversas vulnerabilidades, como aquelas constatadas nos índices de assassinatos. “Estamos aqui juntos para que possamos mudar essa realidade. Acredito ser muito importante nossa união de Estado e ministérios”. Além da secretária, estiveram presentes representando a Pasta a secretária executiva Cristiane Freitas e a diretora de Proteção aos Quilombolas, Ana Mumbuca.
Organização da juventude como possibilidade de mudança
Por a população negra ser a maioria no Tocantins, as decisões políticas, governamentais e econômicas devem passar cada vez mais por essas pessoas. “Então é importante a juventude se organizar, observar que há possibilidade de mudança dessa estrutura perversa com relação à juventude negra do estado, para que se construam avanços significativos na inserção da juventude negra nas questões da sociedade do Tocantins”, aponta o professor universitário e militante do movimento negro, George França.
Plano pretende contemplar as especificidades regionais
No Tocantins, o Plano está sendo apoiado pela Sepot, Secretaria de Cidadania e Justiça (Seciju) e a Secretaria dos Esportes e Juventude (Seju). A Caravana segue no estado até terça-feira (11/7), na Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto) com o objetivo de promover a participação social de jovens negros e negras.
“A caravana se propõe a dialogar com o sujeito que sente na pele a realidade de violência, vulnerabilidade social, e permite que conheçamos as especificidades e diferenças regionais. Então isso fará com que o Plano seja mais completo, que de fato responda a toda realidade nacional de toda juventude negra no país”, explicou a secretária adjunta da Secretaria Nacional de Juventude, Jessy Dayane Silva Santos.
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