O Senado escolhe o senador Antonio Anastasia (PSD) como novo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Na votação secreta e em cédula, Anastasia recebeu a maioria dos votos: 52. Kátia Abreu (PP) ficou em segundo lugar, com 19 votos. O terceiro colocado foi Fernando Bezerra Coelho (MDB), líder do governo Bolsonaro, que teve somente 7 votos. Márcio Bittar (MDB), Luiz do Carmo (MDB) e Zequinha Marinho (PSC) não apareceram. Anastasia, o primeiro dos três a se lançar candidato, era apoiado por Rodrigo Pacheco, que encerrou a sessão desejando “boa sorte” ao colega. No lugar de Anastasia no Senado, assumirá o atual diretor jurídico da Casa, Alexandre Silveira, também do PSD de Gilberto Kassab, como parte de um acordo que O Antagonista revelou ainda em junho. Kátia tinha como um dos “cabos eleitorais” o senador Renan Calheiros (MDB). O PT, como noticiamos, também torcia pela senadora, uma vez que o primeiro-suplente dela é petista. Bezerra correu por fora, acreditando que teria alguma força após garantir a aprovação de André Mendonça para o STF. Os três senadores travaram uma disputa que parecia acirrada nos bastidores. Geralmente, há acordo e os senadores apenas chancelam a escolha, mas, desta vez, a decisão foi no voto. Mais cedo, como noticiamos, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou as indicações de Anastasia, Bezerra e Kátia, que discursaram no colegiado e, mais tarde, da tribuna do Senado. Nas duas oportunidades, Anastasia, conhecido por seu perfil técnico e discreto, explorou seu currículo e se disse “vocacionado” para o serviço público. Os três concluirão o atual mandato no Senado no ano que vem e, também por esse motivo, a aposta no TCU era tão alta. A vaga em questão foi aberta após a antecipação da saída de Raimundo Carreiro, que ganhou a embaixada do Brasil em Portugal, em uma costura política para que Jair Bolsonaro tentasse ter mais um aliado no tribunal de contas. O TCU é composto por nove ministros: seis são escolhidos pelo Congresso; dois são escolhidos pelo presidente da República entre os ministros-substitutos e membros do Ministério Público junto ao TCU; e o nono é escolhido livremente pelo presidente, com aprovação pelo Senado. Para chegar ao tribunal de contas, a Constituição fala em “idoneidade moral e reputação ilibada”. Mas há uma polêmica em torno desses pré-requisitos. Ministros do TCU têm cargo vitalício e se aposentam compulsoriamente aos 75 anos. O salário é de R$ 37.328,65, mais uma série de benefícios, como férias de 60 dias por ano (sem contar o recesso de 30 dias) e apartamento funcional. O senador tocantinense Eduardo Gomes (MDB-TO), coordenou e apoiou o candidato emedebista Fernando Bezerra (MDB-PE) que ficou em terceiro lugar na disputa com apenas 7 votos.
Brasília