Domingo, 19 de
Maio de 2024
Brasília

Intimação

STF intima Allan dos Santos para interrogatório em inquérito das fake news

Um advogado e influenciador digital, chamado Rômulo Lima, também foi intimado pela Corte

Foto: Roque de Sá/Agência Senado
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Jornalista Allan dos Santos, do Terça Livre, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das Fake News, no Senado Federal

29 janeiro, 2020

Brasília (DF) -  O fundador do site Terça Livre, Allan dos Santos, foi intimado a depor pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no âmbito do inquérito das fake news, que apura a disseminação de notícias falsas, acusações caluniosas e ameaças contra os ministros da Corte. No Twitter, o jornalista afirmou que foi intimado para depor em 1 inquérito “sem saber nada sobre ele”. “Réu? Testemunha? Meus advogados não conseguem ter acesso aos autos”, afirmou. “STF está chateadinho”, disse ao publicar foto da intimação. O jornalista teria que depor nesta 3ª feira (28.jan.2020), às 14 horas, porém, não compareceu. “Meus advogados não tiveram acesso aos autos e eu não fui. No dia de Santo Tomás de Aquino, resta-me defender e testemunhar a existência das leis nesse país. Não ao Estado de Exceção”, afirmou. O inquérito foi aberto em 14 de março pelo presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, “de ofício”, ou seja, sem 1 pedido do MPF (Ministério Público Federal). É alvo de críticas de associações de procuradores e chegou a ter o arquivamento defendido duas vezes pela ex-procuradora-geral Raquel Dodge. No entanto, o pedido foi negado pelo relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes. Para Allan, o inquérito atenta contra a sua liberdade. “O STF funciona como verdadeiro tribunal de exceção”, reclamou. “Se o legislativo não agir, meus advogados acionarão a Comissão da Corte Interamericana de Direitos Humanos por violação ao Pacto de São José da Costa Rica”, afirmou o jornalista. Em 6 de novembro de 2019, Allan dos Santos depôs à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) das Fake News no Congresso Nacional. Na ocasião, congressistas apontaram o jornalista como responsável pela divulgação de notícias falsas nos canais do Terça Livre. Allan dos Santos negou e disse apenas fazer jornalismo. Considerado bolsonarista, na CPMI, o jornalista também negou receber qualquer tipo de pagamento feito pelo governo ou pela campanha do presidente Jair Bolsonaro em 2018. Disse que trabalhou voluntariamente durante a campanha: “Eu fui 1 apoiador voluntário por acreditar nas propostas”. Também foi indagado sobre uma reportagem que publicou sobre suposta internação do jornalista Glenn Greenwald em decorrência do consumo de cocaína. Ele negou que o post tratava-se de fake news e declarou sigilo de fonte. No Twitter, a hashtag #AllanNoSTF nao ficou no trending topics do Twitter nesta 3ª feira (28.jan), com mais de 18.000 publicações. Um advogado e influenciador digital, chamado Rômulo Lima, também foi intimado pela Corte. “Os caras acham que vão me intimidar”, disse no Twitter.

Fonte: Poder360 / Poptvnews