Quinta-feira, 14 de
Novembro de 2024
Brasília

Denúncia

Policial penal que repassou dados de servidor a bandidos é denunciado

O denunciado era diretor-adjunto da Papuda, que acessou e repassou dados do chefe da Seção de Investigação da PCDF para criminosos

PCDF/Divulgação
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De acordo com a denúncia apresentada à Justiça do DF, o servidor, que à época ocupava o cargo de diretor-adjunto da Papuda

12 novembro, 2024

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apresentou denúncia contra o policial penal que vazou dados de um agente da Polícia Civil (PCDF) para uma quadrilha especializada em simular acidentes de trânsito. Com a destruição dos carros de luxo, o grupo recebia altos valores de indenização pagos por seguradoras. De acordo com a denúncia apresentada à Justiça do DF, o servidor, que à época ocupava o cargo de diretor-adjunto da Papuda, acessou os dados dos chefe da Seção de Investigação da PCDF e repassou para o grupo criminoso.A intenção seria intimidar o policial e embaraçar as investigações. O policial penal compartilhou o endereço do servidor. Nos dias seguintes, outros membros do grupo rondaram a casa do agente da PCDF e chegaram a perguntar por ele para o porteiro do condomínio. O suspeito foi afastado do cargo em fevereiro deste ano, após ser alvo de um mandado busca e apreensão. Durante a ação, a PCDF encontrou na casa dele uma espingarda calibre 12; dois estojos contendo 50 munições; diversas espoletas em um pote de sorvete; 87 munições calibre .40; 65 projéteis para recarga de cartuchos de calibre 9mm; 28 munições calibre 5; 13 munições calibre 38; uma prensa para recarga de munição equipada com polvorímetro, shell holders e três matrizes para recarga de calibre 9×19 mm; além de uma granada lacrimogênea de movimento aleatório, entre outras coisas. Segundo o MP, ele não tinha autorização para ter alguns dos itens citados. O agente foi denunciado por organização criminosa, embaraço à investigação de organização criminosa, advocacia administrativa, violação de sigilo funcional e posse ilegal de arma de fogo de uso restrito. O caso foi enviado à Vara Criminal e Tribunal do Júri de Brazlândia. Cabe à Justiça definir se aceita ou não a denúncia.

Relembre a ação da quadrilha
A organização criminosa foi desarticulada em 18 de setembro de 2023, no âmbito da Operação Coiote, deflagrada pela 18ª DP. Estruturado, o grupo criminoso era formado por um empresário, uma advogada, um ex-policial militar do DF, a mulher do PM e outros dois integrantes. O bando, de acordo com as investigações, faturou pelo menos R$ 2 milhões forjando acidentes violentos com perda total de veículos para embolsar o dinheiro do seguro. Atuando desde 2015, a organização criminosa simulou 12 acidentes e destruiu 25 veículos de luxo de montadoras como Porsche, Audi, BMW, Mercedes e Volvo. A organização criminosa foi desarticulada em 18 de setembro de 2023, no âmbito da Operação Coiote, deflagrada pela 18ª DP. Estruturado, o grupo criminoso era formado por um empresário, uma advogada, um ex-policial militar do DF, a mulher do PM e outros dois integrantes. O bando, de acordo com as investigações, faturou pelo menos R$ 2 milhões forjando acidentes violentos com perda total de veículos para embolsar o dinheiro do seguro. Parte do dinheiro era reinvestida pelos “playboys da batida” na compra de outros carros, que, novamente, seriam destruídos em colisões frontais que impossibilitassem o conserto dos veículos. Os acidentes forjados ocorreram nas cidades de Brazlândia, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Vicente Pires e Brasília.