Sábado, 27 de
Abril de 2024
Brasília

Bloqueio

PL avisa Michelle Bolsonaro que não conseguirá pagar seu salário

Sigla está com recursos bloqueados desde ano passado

Foto: REUTERS/Adriano Machado
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Michelle Bolsonaro (cabisbaixo) já começou a desempenhar funções dentro do Partido Liberal (PL)

06 fevereiro, 2023

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro já está desempenhando funções incumbidas pelo PL, mas não deve ver o salário prometido cair em suas mãos tão cedo. Isso porque ela e os assessores que contratar só serão remunerados quando as contas do partido forem desbloqueadas. Ao assumir o comando do PL Mulher, Michelle esperava receber R$ 39 mil mensais - quantia superior à que Jair Bolsonaro (PL) ganhava, de R$ 30,9 mil, quando era presidente. Ela, inclusive, começou a ‘trabalhar’ para a sigla na semana passada, ao:

Marcar presença no jantar de apoio à candidatura de Rogério Marinho (PL) ao Senado – derrotado por Rodrigo Pacheco (PSD);

Bater ponto no Congresso antes da votação acontecer.

Apesar disso, a cúpula do PL mandou o departamento financeiro avisá-la sobre a falta de verba e sobre as baixas expectativas de que o dinheiro seja liberado em breve. As informações são da coluna de Bela Megale, do portal O Globo.

Por que as contas do PL estão bloqueadas?
Os recursos do partido foram bloqueados no final do ano passado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O motivo foi o relatório apresentado por Valdemar Costa Neto, presidente do PL, que questionava a validade de cerca de 300 mil urnas. No documento:

PL pediu para serem desconsiderados os votos de urnas supostamente “comprometidas”;

Essas urnas, anteriores a 2020, não seriam perfeitamente auditáveis;

Nesse universo, Bolsonaro teria vencido a eleição com 51,05% dos votos;

O PL só coloca essas urnas em xeque no 2º turno e ignora o 1º turno das eleições, quando elegeu grande quantidade de parlamentares e governadores;

Nenhuma prova ou evidência foi apresentada sobre supostos problemas nas urnas;

Sem assinatura de Bolsonaro, documento foi assinado pelo advogado Marcelo Bessa.

O documento foi interpretado pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE e membro do STF (Supremo Tribunal Federal), como litigância de má-fé. O magistrado, então, aplicou uma multa de R$ 22 milhões ao PL e aos partidos que integraram a Coligação Pelo Bem do Brasil e determinou a suspensão dos respectivos Fundos Partidários. Posteriormente, Moraes atendeu aos pedidos do PP e do Republicanos – que alegaram nunca terem questionado as eleições - e permitiu que o PL pagasse sozinho a quantia fixada.