p/Luiz Vassallo e Fausto Macedo
Brasília (DF) - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, entrou em contato com autoridades paraguaias para tomar conhecimento sobre a prisão de Ronaldinho Gaúcho, em razão de uso de passaporte falso no País. O governo brasileiro acompanha o caso, mas o chefe da pasta ressaltou, durante o diálogo, que respeita a soberania do Paraguai para tomar decisões. O contato de Moro teve objetivo apenas para obter detalhes ‘dos fatos e da situação’ do ex-craque, preso preventivamente em Assunção por uso de passaporte falso e suspeita de integrar organização para lavagem de dinheiro. Os advogados de defesa do ex-meia entraram com um recurso na manhã desta segunda-feira no Paraguai com o pedido para que o pentacampeão mundial e o seu irmão, Roberto Assis, deixem a cadeia e passem a cumprir prisão domiciliar em Assunção. O objetivo é que ambos saiam o quanto antes da prisão. Depois disso, a defesa vai pedir a liberação para que ambos retornem ao Brasil. Os dois irmãos estão presos desde sexta-feira por utilizarem documentos falsos aos entrar no país dois dias antes para evento promocionais e beneficentes. Após virarem alvo de investigação, os dois chegaram a ser inocentados. Na sexta-feira, no entanto, tiveram a prisão preventiva solicitada para que o trabalho de apuração da polícia não sofresse interferência. A desconfiança era que ambos deixassem o Paraguai. No fim de semana os advogados de defesa tentaram alguns recursos, mas a juíza Clara Ruíz Díaz decidiu manter a prisão. A polícia paraguaia aguarda a apresentação da empresária Dalia López, considerada a responsável por levar Ronaldinho ao país. Dalia tem ordem de prisão emitida pelo Ministério Público local. Quem também está preso é o empresário brasileiro Wilmondes de Souza Lira, que estava envolvido no convite enviado a Ronaldinho para viajar ao Paraguai. “Os irmãos têm documentos vigentes do Brasil para poder ir a qualquer parte do mundo, não necessitavam documentos paraguaios. Souza Lira entregou os documentos no Brasil, não lembro da data, mas faz 20 ou 30 dias”, disse o advogado de defesa Adolfo Marín ao jornal ABC Color.
Fonte: O ESTADÃO