Em coletiva de imprensa, logo após a reunião que o presidente Lula teve com os governadores, em Brasília, nesta sexta-feira (27/01), o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha, ao abordar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, afirmou que o presidente Lula fez questão de fazer um agradecimento público ao governador Ronaldo Caiado pelas atitudes tomadas em defesa do estado democrático de direito e as ações que impediram que mais golpistas chegassem a Brasília. “O presidente Lula fez questão de fazer um agradecimento muito especial ao governador Ronaldo Caiado, que no dia 8 de janeiro, pela proximidade com o Distrito Federal, teve um papel fundamental em ações para bloquear ônibus que estavam se deslocando para Brasília, evitando que mais vândalos e terroristas chegassem à Praça dos Três Poderes. Então, o presidente fez esse agradecimento especial ao governador Caiado, que colocou seu batalhão especial em bloqueios nas estradas que dão acesso ao DF, além de ceder contingente para as forças de segurança”, comentou Padilha. O encontro com os governadores teve como objetivo reforçar o pacto federativo, num esforço conjunto para a solução dos problemas que os gestores estão enfrentando em seus Estados. Lula pregou a distensão política no país e a união de todos em torno do compromisso de solucionar os problemas que efetivamente afligem o Brasil. Para o governador Ronaldo Caiado, a fala do presidente foi importante nesse momento em que se busca a pacificação do país, dividido por questões ideológicas. “O presidente da República abriu a reunião dizendo 'olha, a eleição ficou para trás, assim como os problemas partidários e ideológicos, e agora vamos cuidar do Brasil'. Foi uma sinalização extremamente importante, porque mostra a capacidade de o Governo Federal produzir resultados, porque só tem capilaridade quem tem governador e prefeitos para darem continuidade a essa lógica da política que o presidente propõe”, ressaltou Caiado em entrevista logo após a reunião. O governador chamou de “hábil” a iniciativa do presidente Lula, de convidar todos os 27 governadores para esse processo que o Governo Federal chama de reconstrução do Brasil. “Não se governa com posições extremadas. Se governa pelo bom senso, pelo equilíbrio, porque quando você governa, você tem de pacificar. Da mesma maneira que eu chamo todos os deputados estaduais e os prefeitos para discutirmos, o presidente da República nos chamou”, detalhou Caiado. Para o chefe do Executivo goiano, passada a eleição, não tem como manter o mesmo acirramento de um processo eleitoral. Segundo ele, a população espera de seus eleitos atuem para a solução dos problemas que a atingem. “Não é possível você querer manter o mesmo nível de discussão, sendo que isso já foi decidido pela população, já foi votado, já foi terminado, não tem o porquê de voltar a essa pauta novamente”, defendeu, reforçando o discurso em defesa da democracia.
Demandas
Caiado explicou que cada consórcio de governadores apresentou suas prioridades regionais e que cada gestor também elencou as questões prioritárias de cada Estado. Sobre as perdas de arrecadação em decorrência da desoneração do ICMS, feita por lei federal no ano passado, o governador afirmou que, por ser uma questão judicializada junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente escalou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para que acompanhe os governadores nessa demanda. O governador lembrou, também, que já está marcada uma nova reunião para o dia 31 de janeiro, quando será constituída uma comissão para a proposta de uma reforma tributária, e entre os dias 3 e 10 de fevereiro, serão apresentados pelos governadores os projetos dos pontos que foram identificados como prioritários.