O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou na noite de segunda-feira (25/3), se era "crime" dormir em uma embaixada. A declaração do ex-mandatário foi feita após um evento em homenagem à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no Theatro Municipal, na cidade de São Paulo. "É algum crime, por ventura, dormir na embaixada e conversar com embaixador? Tenha santa paciência", disse Bolsonaro a jornalistas na saída do Theatro. A fala do ex-presidente ocorre após o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes,estabelecer o prazo de 48 horas para Bolsonaro explicar por que passou duas noites na embaixada da Hungria , em Brasília, no mês de fevereiro. Para Bolsonaro, a determinação do ministro é "perseguição". "Chega de perseguir, dá um pouco de paz para a gente", declarou ele na saída do evento. "Tenha santa paciência, deixa de perseguir. Quer perguntar da baleia? Da Marielle Franco? Eu passei seis anos sendo acusado de ter matado a Marielle Franco. Acabou o assunto agora? Vamos falar dos móveis do Alvorada. Fui acusado de desviar 268 móveis", continuou o ex-presidente.
Embaixada da Hungria
Do dia 12 a 14 de fevereiro, Jair Bolsonaro se hospedou na Embaixada da Hungria . A ação ocorreu após a operação da Polícia Federal que apreendeu seu passaporte em 8 de fevereiro. A investigação em curso visa determinar se Bolsonaro organizou efetivamente uma tentativa de fuga para a Hungria. Há suspeitas de que o ex-presidente planejou se exilar no país europeu, aproveitando sua estreita relação com o presidente húngaro, Viktor Orbán, líder de extrema-direita. A embaixada da Hungria, situada fora do alcance da segurança nacional brasileira, poderia oferecer um local seguro para Bolsonaro em caso de uma possível prisão determinada pela justiça brasileira. Com a repercussão do caso, o Itamaraty convocou o embaixador da Hungria no Brasil, Miklós Halmai, para dar explicações sobre o caso. Em cerca de 20 minutos de reunião com representantes do Ministério das Relações Exteriores, Halmai ficou em silêncio, segundo informações obtidas pelo UOL . A defesa de Bolsonaro confirmou sua estadia de dois dias na embaixada, explicando que ele estava lá para "manter contatos com autoridades do país amigo, inclusive o primeiro-ministro".