O governo Lula decidiu subir o salário mínimo deste ano, a partir de maio. O assunto foi discutido em reuniões no Palácio do Planalto ao longo de terça-feira. Hoje, o piso nacional é de R$ 1.302. Esse valor será reajustado para R$ 1.320, número prometido durante a transição, no ano passado. O presidente Lula prepara o anúncio, que deve incluir também um aumento na faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 2.640 (ou dois salários mínimos, quando considerado o novo valor). O governo pretende que os novos valores tenham validade a partir de 1º de maio, como parte de uma tentativa para emplacar uma agenda positiva. O reajuste do salário mínimo se tornou um imbróglio no governo Lula, depois que cálculos apontaram um impacto maior que o previsto. Em 2022, o salário mínimo era de R$ 1.212. Durante a campanha, Lula prometeu reajustar o mínimo acima da inflação. O governo federal passou a relatar dificuldades para o reajuste do mínimo por conta do aumento no número de aposentados do INSS a partir do segundo semestre do ano passado, que ampliou os gastos com a Previdência. No fim do ano passado, o governo Jair Bolsonaro enviou um ofício à equipe da transição calculando que, por conta do aumento de beneficiários da Previdência e da alta real do salário mínimo, haveria um impacto extra de R$ 7,7 bilhões nas contas públicas. Esse número, segundo o ofício, não estava previsto no Orçamento de 2023. Ao reajustar o mínimo em maio, o governo economiza os valores de janeiro a abril, abrindo espaço no Orçamento.