Sábado, 23 de
Novembro de 2024
Brasília

Prontidão

Em reunião com Lula, vice-governador Daniel Vilela afirma que forças de segurança de Goiás estão de 'prontidão' para impedir ataques

No domingo(8/1) bolsonaristas invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto

Foto: Jota Eurípedes/Vice-Governadoria de Goiás
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Vice-governador de Goiás, Daniel Vilela, ao lado de demais governadores de estados brasileiros, em Brasília

10 janeiro, 2023

Em reunião com Lula e governadores, o vice-governador Daniel Vilela (MDB)  afirmou que forças de segurança de Goiás estão de "prontidão" para ajudar a impedir ataques golpistas. A reunião foi convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que, no domingo (8/1), decretou intervenção federal para manter a ordem após bolsonaristas invadirem o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto.

"Ontem mesmo e hoje o governador Ronaldo Caiado determinou que todas as todas as forças de segurança do estado que pudessem estar atenta de prontidão e trabalhando de forma compartilhada com as forças de segurança nacional, no sentido de coibir qualquer nova atitude por parte desses vândalos e criminosos", disse Daniel Vilela.

O vice-governador, que passou parte do dia representando o estado de Goiás na reunião com os demais governos estaduais e com o governo federal, explicou que o encontro foi uma forma de "reafirmar o apoio a democracia". "Foi uma reunião que reafirmou o apoio à democracia, o estado democrático de direito", explicou. "É uma reunião muito simbólica, uma defesa da democracia brasileira e das instituições que foram frontalmente atacadas ontem", complementou o vice-governador. No domingo, após a invasão, o governador Ronaldo Caiado (UB) se disponibilizou a enviar policiais do estado para ajudar na segurança no Distrito Federal. Pelas redes sociais, Caiado afirmou que o ato é "inadmissível, inaceitável e condenável". O governador também reforçou que a "democracia não pode ser posta à prova a cada resultado eleitoral, por aqueles descontentes com o resultado das urnas"."O que aconteceu  em Brasília é a tentativa da barbárie se sobrepor às nossas instituições democráticas. Algo absolutamente inadmissível, inaceitável e condenável sob todos os aspectos", escreveu.

"Já venci e já perdi eleições e nunca, em nenhuma hipótese, aventei a possibilidade de questionar qualquer resultado", completou o governador Ronaldo Caiado
 

Goianos em atos terroristas
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, quase 1 mil goianos participaram de atos terroristas em Brasília e ao menos oito ônibus já foram apreendidos. A PRF não informou as identidades dos manifestantes, por isso, o g1 não conseguiu localizá-los para que se posicionassem até a última atualização desta reportagem. A PRF informou que, desde o início da noite de domingo (8/1), quase 70 ônibus foram fiscalizados no estado. Dentre eles, ao menos 950 passageiros se apresentaram como manifestantes que estavam indo ou voltando do ato no Distrito Federal. Dos oito ônibus, seis estavam na lista divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), dois não estavam na listagem. As apreensões aconteceram em Morrinhos, Hidrolândia, Jataí, Anápolis e Catalão. A PRF trabalha em conjunto com a Polícia Federal para levantar as informações das origens dos ônibus. Até a última atualização desta reportagem, não há registro de bloqueios em rodovias federais de Goiás. Em Goiás, um vereador, estagiários da Polícia Civil e um policial militar participaram dos atos golpistas. Em Morrinhos, um grupo de 29 pessoas e dois motoristas foram levados para a Polícia Federal em Goiânia. O grupo foi ouvido e a PF fez “busca pessoal no ônibus, bagagens/pessoa, apreensão de celulares, bem como do veículo utilizado. Os envolvidos serão qualificados e as condutas individualizadas, permitindo as repercussões criminais cabíveis”. Os passageiros e motoristas foram liberados. As apreensões foram realizadas após uma decisão do ministro Alexandre de Moraes determinar a “apreensão e bloqueio de todos os ônibus identificados pela Polícia Federal, que trouxeram os terroristas para o Distrito Federal. Os proprietários deverão ser identificados e ouvidos em 48 horas, apresentando a relação e identificação de todos os passageiros, dos contratantes do transporte, inclusive apresentando contratos escritos caso existam, meios de pagamento e quaisquer outras informações pertinentes”. Os ônibus que foram apreendido faziam parte da lista de veículos identificados pela Polícia Federal e que constavam nessa decisão do ministro", disse o inspetor da PRF Tiago Queiroz.

Intervenção Federal
Os bolsonaristas radicais invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto após confronto com a Polícia Militar na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Os participantes de atos antidemocráticos estavam com pedaços de paus e pedras. Policiais militares tentaram conter os bolsonaristas com uso de spray de pimenta, no entanto, eles invadiram a área de contenção que cercava o Congresso Nacional. Vidraças da sede do Congresso foram quebradas. Os policiais também usaram bombas de efeito moral na tentativa de conter os participantes do ato antidemocrático. O Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal para manter a ordem após a invasão. Lula anunciou o decreto na cidade de Araraquara, interior de São Paulo, durante visita para avaliar estragos causados pelas chuvas no município. O decreto vai vigorar até 31 de janeiro. Com a intervenção, os órgãos de segurança pública do Distrito Federal ficam sob responsabilidade do secretário executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Garcia Cappelli, nomeado como interventor, subordinado a Lula.