Segunda-feira, 25 de
Novembro de 2024
Brasília

Crise

Crise no PSDB-DF: filiados pedem intervenção

Cinco filiados do PSDB-DF pediram ao presidente nacional Marconi Perillo, a dissolução do Diretório Regional

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A crise no PSDB começou assim que o senador Izalci Lucas migrou para o PL, de Jair Bolsonaro

22 agosto, 2024

Cinco filiados do PSDB-DF pediram ao presidente nacional do partido Marconi Perillo, a intervenção e dissolução do Diretório Regional. Na representação do dia 18 de agosto, os filiados alegam que o PSDB continua sendo “comandado” pelo senador Izalci Lucas, que trocou o PSDB pelo PL, em março deste ano. Segundo o documento, 86% da Comissão Executiva Regional possui “estreita ligação” com Izalci. Filho do senador, o presidente do PSDB-DF, Sérgio Izalci, foi eleito para o cargo em outubro de 2023. “Dos seus 14 membros, incluindo o senador, cinco são funcionários em gabinete e escritório de apoio do senador; três são seus parentes, ou seja, o filho, a nora e a cunhada; três com notória vinculação política ao senador, trabalham em gabinetes de parlamentares do MDB – além da nora do senador, já mencionada”, afirmaram. Sérgio Izalci apresentou defesa contra o pedido de intervenção, nessa quarta-feira (21/8). O presidente do PSDB-DF disse que o Diretório Regional foi “eleito democraticamente pela maioria dos votos dos filiados”, e destacou que as próximas eleições para definição dos diretos do partido ocorrerão em 2025. “O fato de existirem parentes e dois servidores do senador Izalci que se submeteram ao processo democrático de votação interno no PSDB-DF não desautoriza e nem desqualifica a condição dos membros do Diretório ou da Executiva, pois todos foram eleitos pelo voto”, enfatizou. Em vídeo divulgado nas redes sociais, Sérgio disse que não aceitará “qualquer tipo de gesto autoritário e antidemocrático”. “Nós temos que respeitar as eleições que foram feitas seguindo o Estatuto e todos os ritos democráticos previstos pelo PSDB Nacional. Não temos, no PSDB, um Nicolás Maduro, um ditador para resolver as coisas no partido com uma canetada”, declarou.  A crise no PSDB começou assim que o senador Izalci Lucas migrou para o PL, de Jair Bolsonaro. Quando o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, filiou-se ao PSDB junto a Marconi Perillo, em julho, surgiu a expectativa de que o delegado da Polícia Federal seria indicado para assumir o Diretório Regional no DF.

“Ação infiel”
A Direção Nacional do PSDB se pronunciou sobre o caso após a publicação do vídeo do presidente regional do partido no DF. “Causa estranheza a manifestação do presidente do PSDB-DF que, ao exercer seu direito constitucional e democrático do contraditório e ampla defesa, passou a proferir acusações de atos antidemocráticos e autoritários”, disse, em nota. O comando nacional do PSDB chamou a desfiliação de Izalci de “ação infiel”. “Diferentemente da ação infiel do senador Izalci que deixou o PSDB após ter sido eleito em 2018 com recursos do Fundo Eleitoral do PSDB e disputar o cargo de governador do Distrito Federal em 2022, também financiado com os recursos do PSDB, o partido se mantém leal à democracia. Aliás, é de se registrar que o PSDB não é legenda de aluguel”, disse. “O PSDB é um partido que respeita a democracia e não aceita práticas de ingerência de ex-filiados em órgãos partidários, com o objetivo de manter o controle à distância por intermédio de funcionários, parentes ou amigos”, afirmou. A Direção Nacional ainda não expediu uma decisão oficial sobre o pedido de intervenção.